Somos
um país riquíssimo, e isto já não é novidade. Veja o que pagamos de impostos, o
quanto pagamos de salários oficiais, o quanto emprestamos a fundo perdido para
países menos afortunados, ou parceiros, e o que ainda sobra para falcatruas
oficiais, passivas e ativas. Desmandos que devem justificar o PIB raquítico.
Disseram
que as jazidas de petróleo descobertas nos dariam auto-suficiência, a ponto de
nos tornarmos exportadores do produto e derivados. Uma riqueza igual as
esmeraldas de Minas e a Serra Pelada de tantas mortes. A maioria viu pouco, mas
uma minoria viu muito e ganhou muito. Não é o caso, no momento.
As
perguntas que faço são as seguintes: Em que produto fomos líderes mundiais e
poderemos rapidamente voltar a ser? Qual produto nos deu um subproduto
apelidado de rei, cuja soberania será para a eternidade? O que mexe com tantas
paixões, no mínimo onze meses no ano, gerando recursos estratosféricos? E isto
em nível mundial.
Um
dia alguém nos chamou de “país do futebol”. Já fomos, mas voltar a ser é uma
expectativa que pode acontecer logo ali, afinal, mesmo com uma safra de atletas
sofrível, continuamos exportando e muito. Infelizmente não nos organizamos
profissionalmente do túnel para fora. Ainda
somos dirigidos por aproveitadores no primeiro escalão e amadores no segundo.
Mal
comparando, nosso rebanho ainda é criado no velho estilo da pecuária expansiva.
Perde-se um aqui, outro acolá, mas como a produção é farta, não mudamos os
métodos. A Europa, entretanto, há muito adotou o confinamento, pesquisa e
melhoramento da espécie. A produção por aqui continua farta, mas a qualidade,
por conta do desleixo expansionista, mixou.
Veja, no entanto que, apesar de tudo isso, estamos ali, taco a taco, com os poderosos (putz!), e
não só por sermos sede, somos novamente candidatos ao título.
Vai
ter Copa, agora não adianta espernear. Deveriam tê-lo feito há oito anos, caso
fossem contrários. E percam as esperanças: o dinheiro gasto, jamais seria
destinado a hospitais e escolas, infelizmente. Seria desviado para outras ações, talvez menos nobres. Há um amplo histórico para
provar isso.
E eu
vou torcer pelo Brasil, claro. Nasci aqui, moro aqui e há muito rasguei o recibo. Larguei o complexo
de vira-latas.