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terça-feira, 8 de setembro de 2015

O PRECURSOR DA LIBERDADE



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O Dia dos Farrapos estendeu-se para a semana Farroupilha e dai, como festinha pouca é bobagem, passou para quase um mês de festejos. Nós temos orgulho da data, alguns até nem sabem bem por quê. 

Antes a festa restringia-se aos CTGs, depois ganharam a avenida para um desfile, e agora, em pleno centro da capital gaúcha, ergue-se uma verdadeira cidade campeira, para onde migram famílias, estabelecimentos varejistas e escritórios. Festas movem as cidades do Rio Grande no dia 20 de setembro.

Num desses tantos 20 de setembro, tempos atrás, recebi um amigo paulistano. A verdade é que ele estava encantado com tudo o que via, mas não perdeu a oportunidade para alfinetar. Ele, um jovem letrado e grande conhecedor da história. Lascou uma pergunta:

-Gaúcho, por que vocês comemoram uma guerra que perderam?

Na hora, sei lá porque, me veio a imagem de Jesus Cristo, e então devolvi a pergunta:

- Tu és cristão?

- Claro, me respondeu prontamente, mostrando o crucifixo no peito.

Então fiz outra pergunta:

- Por que tu abraças a causa de um homem que perdeu uma guerra, foi traído, preso, humilhado e crucificado entre dois ladrões?

Não houve respostas, o que para nós dois pareceu ter sido o bastante.

Quem ganha batalhas nem sempre é o que finca a lança no peito do adversário. Para ser considerado vencedor, é preciso ver se o mote pelo qual se levantou o suposto derrotado não blindou seu coração. Se a sua mensagem não foi mais forte que as vidas que se perderam.

O sangue de 35 permanece vivo na bandeira do Rio Grande, representado pela faixa vermelha transversal que corta o verde e amarelo. E fez com que o sufixo se juntasse ao gentílico e passasse a ser nossa profissão de fé. E da fé, como em todas as datas comemorativas, sejam santas ou sociais, para o grande oxigênio da economia, que é o comércio.  

Não há derrotas quando a mensagem precursora de uma luta fica enraizada e se transforma em sentimento de mais puro amor. O que fazemos pela nossa data magna não encontramos parâmetros mundo a fora.

As matérias são finitas; nas guerras ainda muito mais, e mais rápido, mas o gauchismo é alma, não morre. Essa é a vitória que festejamos. Esses demonstrativos, entretanto, são como aquela regra, porque não, presunçosa: para uns não precisa explicar; para outros não adianta.