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segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

FELIZ ANO NOVO!




Ainda dá. Tem pouco tempo, mas posso receber uma boa notícia; ser surpreendido; podes ainda fazer algo para melhorar a tua performance... Melhor não. Deixa assim, amigo Doismiletreze. Sem surpresas de última hora.  Vá que resolvas te superar.

Este não haveria de ser um ano para festejos, mas por que está no fim e eu estou vivo; vivíssimo, e com mais saúde que o anterior, por que não comemorar? Não foi fácil manter a pressão doze por sete, a cintura abaixo de cem e IMC de vinte e poucos. Do resto não falo por que faz tempo que não vejo, mas respiro que é uma beleza. O coração bate normal, apesar  dos esquemas táticos do Grêmio. Ademais está guardado por mãos firmes e lindas.

Vou festejar sim. Vou comer e beber a tua partida, meu caro Doismiletreze, nem que prejudique os números acima e acrescente a eles mais dois furos no cinto. Esperando, claro, que não tenhas deixado o modelo a ser seguido pelo próximo.  E um recado ao Papai do Céu: Que não se repita! (Humildemente peço: “por favor”)      

E por que sei que para muitos amigos foi um ano glorioso, acabo por sepultar também o meu egoísmo. Já é uma alegria muito grande sabê-los felizes e ao alcance das minhas teclas.

2014 está no partidor aguardando o “se vieram!” Tenho esperanças, as que sempre tive, que vez por outra tentam me abandonar. Mas, amigos, a caixa de Pandora está comigo, e como vivo na terra das gralhas, ela está bem protegida.

A todos, meu abraço, meu carinho, e desejos de que a felicidade  se realimente em cada momento futuro, ou que esteja apenas começando no ano que vem.

Que possamos fazer tudo para que 2014 jamais seja esquecido!




quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

UM DEDINHO DE PROSA OU DE VIDA.


Um dedinho de prosa com meus contemporâneos. Não estamos acostumados, claro, nascemos com estrutura “out”, e falo da quase absoluta maioria dos amigos que tenho (não vou explicar o “quase” por que tenho alguns amigos que apenas não se garantem por que não querem se garantir). Mas neste momento isto é absolutamente irrelevante.

Cinqüenta anos. Quem chegou lá; quem passou por lá e ainda não fez exame de toque retal, ou está na hora ou passando dela. Não há saída, e mais hoje, menos hoje, todos nós vamos ter de nos posicionarmos a lá Napoleão e esperarmos alguns instantes pelo golpe mortal no nosso machismo imbecil. Trata-se de salvar a vida; trata-se, antes disto, de encaminharmos uma velhice mais saudável, com dores apenas do tempo, controladas e... Micções fluentes. Este é um dos prazeres humanos quase nunca relatado.  

As mulheres vivem nos dizendo: “deixem de ser frescos, nós fazemos isto com muita freqüência”. Entretanto elas estão mais acostumadas, tem plataforma “in” e por isso não servem como referência. Para nós é, sim, uma violência. Mas que diabos, violência é também arrancar um dente, circuncisão ou operação de fimose, cortar os cabelos e a barba. E nem vamos falar sobre outros procedimentos traumáticos ou mais invasivos. Ainda assim enfrentamos.

Não deveria ser tão difícil convencer o homem que o constrangimento é nada, comparativamente às dores e sofrimentos físicos e espirituais, próprios e circundantes. É, portanto, tarefa de cada um de nós, via mídia, marketing de rede, megafone ou “voz do poste” multiplicar o controle desta doença maldita. Cabe a cada um de nós, mais esclarecidos e/ou mais homens.

Copiando minha mulher: “Deixem de ser frescos!” 

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

TER ESPERANÇAS, COMO O'HARA


O calendário me informa que hoje é o dia da Graça de 11.12.13, e gisa o fato de que esta data nunca mais acontecerá. Não nesta sequência. Óbvio, uma vez que não repetiremos mais 2013, e eu emendo: Graças a Deus!.

Pois vá, 2013. Vá que outros tantos já foram e a estas alturas da vida não sei quantos outros ainda poderão vir para irem-se. Logo ali você será uma lembrança vaga que não rodará no VT do melhor das minhas saudades. Vou lhe colocar as culpas dos meus atropelos. Um pouco por humano, outro pouco por covarde. Não posso assumir tudo sozinho. Paciência. Alguém que não me cobre depois deve ser sacrificado.

Vá, 2013. Vá que o outro está mordendo o freio de ansiedade, e se bobear lhe atropela, e eu estarei batendo palmas para isso, um pouco por sádico; um pouco por redimido. Bom pensar que 2014 interfira por mim. Você, 2013 haverá de perceber no espocar dos fogos e vivas ao novo rebento, um pouco das minhas vaias. Assim, sepulto contigo os dissabores sem riscos. Tempo não ressuscita, portanto, sem essa de pagar depois em nova vida que começa, dizem, três dias depois. Você não terá esta chance.

Há uma camada de fel que deve ser removida e estou fazendo agora. Vivo com tanta ansiedade e pressa, justamente por me saber além do meio da quadra para a última esquina, que escorraço as mazelas do jeito e forma que sei, e faço isso no final do ano, quando este, em espasmos, bate em retirada já sem munição. Mas não dá para facilitar.

Bom de lembrar Scarlett O"Hara no auge da depressão: “apesar de tudo, amanhã é um novo dia” (...E o vento levou). Pois então, quando uma paleta de neonato Texel estiver choramingando lágrimas de gordura nas brasas do purgatório caprichadamente produzido, pendurada lá no alto, até que descole os ossos, estarei brindando a chegado do novo. Nunca mais 2013! E nem que chova, vou sair e olhar o céu. Lá estará, por certo, a mesa posta pelo Altíssimo Confrade: uma toalha azul-marinho salpicada de diamantes, um prato branco da mais fina porcelana, com relevos discretos (ouvi dizer quando criança que se tratava de uma foto do amigo Jorge dando um pau no dragão). E nesse único prato servido para todos os comensais de fé, descansará o cordeiro por brevíssimos momentos, depois virão outros bichos inocentes do presépio que não escavem para trás, e que não matam nada além da nossa gula. E a lentilha! Ah, essa mentirosa.   


Que nos seja leve o 2014. Que revitalize as esperanças, aproxime as gentes e multiplique os afetos. Que continuemos produzindo coisas que nos tornem inesquecíveis para alguns, e que haja muitos momentos bons de serem guardados. Que a nossa usina de vontades continue juvenil, superando as contrariedades das pernas, dos braços e dos ai-ai-ais do resto da estrutura. E que, por fim, não haja vazios.  

FAZENDA TARA. CENÁRIO DE ...E O VENTO LEVOU


terça-feira, 10 de dezembro de 2013

SOBRE CHEIRO E LÁGRIMAS ARDIDAS



Vão-se as cascas da cebola num strip-tease ardido e fedorento: Dirceu, Delúbio, Genoino, como outras já tinham ido, não ao mesmo tempo e não para o mesmo lugar. A polpa está à mostra e está mais do que na hora de picá-la.

Lula, a polpa da cebola, induzido ou patrocinado, junto com seus companheiros criou um partido. Firmes na convicção de que os fins justificam os meios, não mediram conseqüências em atingirem seus objetivos. Pelo raquitismo ideológico vigente e carência de lideranças, chegaram lá; abocanharam o osso. Operacionalizaram então um monstrengo com nome e sobrenome, que haveria de ser fatal para a concorrência: o assistencialismo populista.

O passado, entretanto, um dia cobraria seu preço. Agora cabe uma pergunta: é crível que se os parceiros de jornada, de mesmos ideais e lutas, que trabalharam duro e juntos para consolidar a mais organizada rede de influências, quiçá do mundo, estejam com o rabo sujo e somente o dele esteja limpo? Tem um brasilzão por aí que acredita e dá fé. (Mas por esses, também o coelhinho da Páscoa põe ovos de chocolate meio amargo e sem glúten, e eu não deixo barato: corro já para casa porque a Angelina Jolie ficou de chegar mais cedo).

O desencanto de uma boa parte da população se dá na razão direta daquilo que Lula, o “neo-timoneiro”, pregava e prega como moral e ética. Sua retórica atravessada de discurso cuspido, semeador de novos sonhos, num resumo simples, apenas germinou idéias antigas e processos políticos recheados de doenças administrativas, já em metástase.

Pelé, o rei de majestosa inocência, disse uma vez para o espanto e indignação da elite cultural engajada que o brasileiro não sabia votar. Eu não vou dizer isso porque corro dois riscos, para os quais não me sinto preparado: tornar-me rei ou ser chamado de ignorante. Mas dá vontade, ao perceber que o ronco da barriga continua fazendo a trilha sonora que unge essa confraria bizarra, que tem como ícone um poste iluminado pelo messias das caatingas, de passado cada vez mais curioso. E um presente inquietante.  

As cascas da cebola continuam caindo, a polpa está à mostra e a gente vacila no momento de cortar. Sem ela ficará incompleto nosso molho básico, ainda que venha a servir tão-somente para a nossa tradicional pizza a moda da casa. Resta saber se não cortam por medo de chorar ou por que não querem ficar fedendo.

Mas vai feder do mesmo jeito.