Vão-se as cascas da cebola num strip-tease ardido e fedorento: Dirceu, Delúbio,
Genoino, como outras já tinham ido, não ao mesmo tempo e não para o mesmo lugar. A polpa está à mostra e está mais do que na hora de picá-la.
Lula, a polpa da cebola, induzido ou patrocinado,
junto com seus companheiros criou um partido. Firmes na convicção de que os
fins justificam os meios, não mediram conseqüências em atingirem seus objetivos.
Pelo raquitismo ideológico vigente e carência de lideranças, chegaram lá; abocanharam
o osso. Operacionalizaram então um monstrengo com nome e sobrenome, que haveria
de ser fatal para a concorrência: o assistencialismo populista.
O passado, entretanto, um dia cobraria
seu preço. Agora cabe uma pergunta: é crível que se os parceiros de jornada, de mesmos ideais e lutas,
que trabalharam duro e juntos para consolidar a mais organizada rede de
influências, quiçá do mundo, estejam com o rabo sujo e somente o dele esteja
limpo? Tem um brasilzão por aí que acredita e dá fé. (Mas por esses, também o coelhinho da Páscoa põe
ovos de chocolate meio amargo e sem glúten, e eu não deixo barato: corro já para
casa porque a Angelina Jolie ficou de chegar mais cedo).
O desencanto de uma boa parte da
população se dá na razão direta daquilo que Lula, o “neo-timoneiro”, pregava e
prega como moral e ética. Sua retórica atravessada de discurso cuspido,
semeador de novos sonhos, num resumo simples, apenas germinou idéias antigas e
processos políticos recheados de doenças administrativas, já em metástase.
Pelé, o rei de majestosa
inocência, disse uma vez para o espanto e indignação da elite cultural engajada
que o brasileiro não sabia votar. Eu não vou dizer isso porque corro dois
riscos, para os quais não me sinto preparado: tornar-me rei ou ser chamado de
ignorante. Mas dá vontade, ao perceber que o ronco da
barriga continua fazendo a trilha sonora que unge essa confraria bizarra, que tem
como ícone um poste iluminado pelo messias das caatingas, de passado cada vez
mais curioso. E um presente inquietante.
As cascas da cebola continuam caindo, a polpa está à mostra e a gente vacila no momento de cortar. Sem ela ficará
incompleto nosso molho básico, ainda que venha a servir tão-somente para a
nossa tradicional pizza a moda da casa. Resta saber se não cortam por medo de
chorar ou por que não querem ficar fedendo.
Mas vai feder do mesmo jeito.
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