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terça-feira, 16 de junho de 2015

PERDIDOS E ACHADOS




Eventos que fogem a nossa rotina têm a possibilidade de gerar fatos pitorescos. Para os mortais, não é uma atividade corriqueira lançar um livro, como também não é ir ao lançamento de livro de um amigo.

Dirce viajou 300 km para participar de uma festa, onde se reuniriam diversos ex-colegas do tempo de colégio. O mote era o aniversário do antigo e centenário educandário, de tão lindas lembranças. Quando chegou à festa, soube que um amigo, também ex-aluno, havia lançado um livro e adquiriu seu exemplar.

O evento proporcionou muitos reencontros, trouxe de volta muitas lembranças e cobriu a todos de emoção.

Finda a festa, hora de voltar para o hotel, onde Dirce ficaria até o dia seguinte. Emocionada, retirou-se, indo até um ponto de taxi perto do local. Sentou-se no veículo e começou a folhar o  exemplar, curiosa. Mas as imagens da festa estavam muito presentes. Não havia concentração. Nesses momentos, a gente sabe que os sentimentos que acabamos de dividir sobressaem, e tomam conta do cérebro. É humano. E assim, o livro descansou no banco, enquanto Dirce rebobinava e reprisava seu dia.

Chegando ao hotel, já no quarto, foi buscar o livro para enfim, satisfazer suas curiosidades. Cadê o livro? CADÊ O LIVRO? Havia deixado no táxi. 

Inconformada, enviou mensagem ao autor, contando a história e procurando saber onde conseguiria outro exemplar.

Dia seguinte, ainda muito chateada, chamou um táxi de um ponto próximo ao hotel para rumar à rodoviária e voltar para casa. Porém, antes que seguisse o seu destino, pediu ao motorista que passasse pelo ponto, onde no dia anterior havia apanhado o outro veículo e esquecido o livro.
  
Ela não conhecia o motorista, tampouco gravara sua fisionomia, mas ao chegar no ponto, no mesmo lugar do dia anterior, identificou o homem pelo motivo singular que este estava lendo o livro.  O exemplar foi devolvido sem constrangimentos, e com uma observação também singular do motorista: não tinha devolvido antes, porque no livro não tinha o celular dela!  

Porto Alegre tem centenas de motoristas de táxi, em pontos fixos e rotativos, mas Dirce sempre acha as coisas que perde.

Historinha vivida por Dirce Ferrão, após a festa de aniversário de 145 anos do Instituto União.