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O Dia dos Farrapos estendeu-se para a semana Farroupilha e dai, como festinha pouca é bobagem, passou para quase um mês de festejos. Nós temos orgulho da data, alguns até nem sabem bem por quê.
Antes a festa restringia-se aos CTGs, depois ganharam a
avenida para um desfile, e agora, em pleno centro da capital gaúcha, ergue-se
uma verdadeira cidade campeira, para onde migram famílias, estabelecimentos varejistas
e escritórios. Festas movem as cidades do Rio Grande no dia 20 de setembro.
Num desses tantos 20 de setembro, tempos atrás, recebi um
amigo paulistano. A verdade é que ele estava
encantado com tudo o que via, mas não perdeu a oportunidade para alfinetar. Ele,
um jovem letrado e grande conhecedor da história. Lascou uma pergunta:
-Gaúcho, por que vocês comemoram uma
guerra que perderam?
Na hora, sei lá porque, me veio a imagem
de Jesus Cristo, e então devolvi a pergunta:
- Tu és cristão?
- Claro, me respondeu prontamente,
mostrando o crucifixo no peito.
Então fiz outra pergunta:
- Por que tu abraças a causa de um homem
que perdeu uma guerra, foi traído, preso, humilhado e crucificado entre dois
ladrões?
Não houve
respostas, o que para nós dois pareceu ter sido o bastante.
Quem ganha
batalhas nem sempre é o que finca a lança no peito do adversário. Para ser
considerado vencedor, é preciso ver se o mote pelo qual se levantou o suposto
derrotado não blindou seu coração. Se a sua mensagem não foi mais forte que as
vidas que se perderam.
O sangue de
35 permanece vivo na bandeira do Rio Grande, representado pela faixa vermelha transversal que corta o verde e amarelo. E fez com que o sufixo se juntasse ao
gentílico e passasse a ser nossa profissão de fé. E da fé, como em todas as datas comemorativas, sejam santas ou sociais, para o grande oxigênio da economia, que é o comércio.
Não há
derrotas quando a mensagem precursora de uma luta fica enraizada e se
transforma em sentimento de mais puro amor. O que fazemos pela nossa data magna
não encontramos parâmetros mundo a fora.