... que amava Raimundo que
amava Maria que amava Joaquim que amava Lili que não amava ninguém...
(Drummond)
Getulio entregou para o Adolf a mulher do Carlos, que depois subiu
com ele no palanque. Leonel vivia dizendo que política é arte de engolir sapos,
embora não os engolisse, mas por várias vezes, em nome talvez de potencializar
seu direito de crítica, tenha sido forçado a tragar goela abaixo um gordo e
barbudo. Lula demonizava tudo o que o PT
não pensava até o momento em que, enfaixado pela República, tornou-se amigo de Sarney,
Calheiros e Maluf, o que o torna igualmente portador de severa exclusão moral.
Sabe bacudo, por mais que eu pense e me envolva com essa equação
de resultado improvável da política me resta sempre o mesmo irrespondível “x”:
Mas afinal para que servem os partidos?
Como todo cidadão de mínimo sentimento cívico acompanhei a
xurumela pluripartidária, e até fiz campanha, estendi faixa e colei decalque em
nome de um tal pensamento múltiplo, ou liberdade ideológica, etc. Mas e
daí? No final dá sempre GreNal, FlaFlu, AtleTiba;
Chimangos contra Maragatos, União versus Dom Hermeto ou Ferro versus Sá Vianna.
É situação, com todo o seu poder de
barganha já que tem a chave do cofre, o recheio das bolsas e a caneta que apaga,
contra oposição, composta por idéias vagas, lideranças frouxas e barrados no
baile, amparados pelo “jus sperneandi” e eventuais cartas na manga. Estas, em
regra mal havidas ou de origem comprometida, posto que são quase sempre sugeridas,
quase nunca mostradas, e quando mostradas, desacreditadas.
A turma que ombreava a bandeira do pluripartidarismo é a mesma que
quer acabar com ele, mas nisso estamos de acordo. No caso deles, entretanto, é
porque já não interessam tantas subsidiárias. Basta que façam acordos de lideranças,
pactos de governabilidade com o próprio anjo caído, e ofereçam uma e outra teta
disponível, na contrapartida. Caso não haja disponível, basta a tal caneta para
criá-la. Vários partidos, por fim, resta provado, só têm servido para contentar
os comendadores de ocasião e suas bocas sedentas. E haja gemada com malzbier
para encher as tetas, bacudo!
O
partido que amava a política que amava o partido e os outros por igual, que a
amavam também; que odiavam o partido (mas são hoje parceiros) que ama todo mundo
e que não ama ninguém. E ama muito menos a ti, bacudo, mas tu, parece que nem desconfias disto.
Lili
vive. É quenga, mas só faz michê ideológico
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