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quinta-feira, 12 de setembro de 2013

João amava Teresa ...




... que amava Raimundo que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili que não amava ninguém... (Drummond)
                                              
Getulio entregou para o Adolf a mulher do Carlos, que depois subiu com ele no palanque. Leonel vivia dizendo que política é arte de engolir sapos, embora não os engolisse, mas por várias vezes, em nome talvez de potencializar seu direito de crítica, tenha sido forçado a tragar goela abaixo um gordo e barbudo.  Lula demonizava tudo o que o PT não pensava até o momento em que, enfaixado pela República, tornou-se amigo de Sarney, Calheiros e Maluf, o que o torna igualmente portador de severa exclusão moral.

Sabe bacudo, por mais que eu pense e me envolva com essa equação de resultado improvável da política me resta sempre o mesmo irrespondível “x”: Mas afinal para que servem os partidos?  

Como todo cidadão de mínimo sentimento cívico acompanhei a xurumela pluripartidária, e até fiz campanha, estendi faixa e colei decalque em nome de um tal pensamento múltiplo, ou liberdade ideológica, etc. Mas e daí?  No final dá sempre GreNal, FlaFlu, AtleTiba; Chimangos contra Maragatos, União versus Dom Hermeto ou Ferro versus Sá Vianna.  É situação, com todo o seu poder de barganha já que tem a chave do cofre, o recheio das bolsas e a caneta que apaga, contra oposição, composta por idéias vagas, lideranças frouxas e barrados no baile, amparados pelo “jus sperneandi” e eventuais cartas na manga. Estas, em regra mal havidas ou de origem comprometida, posto que são quase sempre sugeridas, quase nunca mostradas, e quando mostradas, desacreditadas.

A turma que ombreava a bandeira do pluripartidarismo é a mesma que quer acabar com ele, mas nisso estamos de acordo. No caso deles, entretanto, é porque já não interessam tantas subsidiárias. Basta que façam acordos de lideranças, pactos de governabilidade com o próprio anjo caído, e ofereçam uma e outra teta disponível, na contrapartida. Caso não haja disponível, basta a tal caneta para criá-la. Vários partidos, por fim, resta provado, só têm servido para contentar os comendadores de ocasião e suas bocas sedentas. E haja gemada com malzbier para encher as tetas, bacudo!

O partido que amava a política que amava o partido e os outros por igual, que a amavam também; que odiavam o partido (mas são hoje parceiros) que ama todo mundo e que não ama ninguém. E ama muito menos a ti, bacudo, mas tu, parece que nem desconfias disto.

Lili vive. É quenga, mas só faz michê ideológico


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