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terça-feira, 20 de julho de 2021

VLADS REPUBLICANOS

 




As sacanagens vindas dos “homens do povo” 
Me fazem lembrar, de novo, de um antigo confrade. 
Lembram do Vlad? O Vlad Tepes, velho de guerra, 
Sanguinário cavaleiro das estepes. 
Lembro nem tanto pelo seu nome, 
mas pelo mito que ele encerra.
 
Vlad, o augusto príncipe romeno.  
Saiu da vida para entrar na história, 
Porém, com escusa glória,
E desta para a fábula 
por gostar de pescoços,
Mais precisamente das jugulares
Além de outros prazeres sádicos singulares
O moço cuja alcunha sagrou-se em mácula: 
Drácula (filho do demônio ou do dragão), 
Assim apelidado pelo povo cagão, 
E por inimigos cultivados em todos os lugares.
 
Mas Vlad não tinha fetiche por pescoço, 
Manjar duro e insosso, 
Gostava mesmo era de alvoroço 
e de fazer mágica com estaca, 
O que aqui não se destaca
E o que se diz não se chancela. 
Não é higiênico nem pudico
dizer o que gostava de fazer com ela,  
No popular, porém, eu simplifico,
Já que para nos empalar 
Quem nos comanda nem se acautela, 
Muito menos engambela. 
Vão no seco, enquanto o povo cochila,
Sem óleo ou vaselina,
Enfiando o artefato de bambu
Onde a espinha troca de nome.  
É prática comum daquela quadrilha,
Que enviamos e reenviamos a Brasília,
Para mexer no erário como se fosse bem de família, 
.
Lembro do Vlad a cada quatro anos, 
quando se descortinam novos planos, 
De velhos e novos vilões palacianos 
e seus pensamentos cartesianos
Ungimos quem nos faz enfia pelo cano 
e ajudamos a concretizar os danos
aos cofres republicanos.  
São sugadores, chupadores,
vampiros e outros extrativos vetustos, 
Como supunham ser o velho príncipe augusto, 
Que acabou se consagrando pelo susto, 
 
Quem parasita a pátria amada, 
Que nos assombra feito alma penada, 
Não quer saber de mais nada. 
Importa pouco vê-la dilapidada. 
E assim se vão, de enrabada em enrabada, 
De dia ou de madrugada,
Fazendo o que fazia o príncipe hostil:
A cada emboscada, uma empalada!
Essa é a síntese, empalados deste Brasil,
Que um dia se orgulhou de ser varonil.
 
A esperança se foi à camada pré-sal.
Fundiram o caixa do nosso arraial. 
Só faltava mesmo esse nexo causal,
Não originado em mau ciclo menstrual,
Nem por excessos de pó via nasal.
Em um tempo em que o mundo passa mal,
E exigem sacrifícios da sociedade civil,
Para cruzarmos por essa pandemia abissal,  
Surge a corja nefasta, por nós tornada casta
do republicano covil,
E triplica o seu fundo eleitoral!
Impossível ficar impassível.
Precisamos mudar de nível
Sairmos já desse estado depressivo.
Ou voltarmos de vez ao estágio primitivo,
a fim de tirarmos o nosso da estaca.
E que, enfim, a urna que tem sido a cloaca, 
Com ou sem recibo, seja o pau para matar a jararaca.
 
Os “vlads” republicanos são feitos do mesmo barro.
Eu, em nenhum deles  me agarro,
Porque priorizam sempre a própria guaiaca.
E nós aqui, feito babacas,
Aceitando de boa as reeleições!
Sou contra quem se abstém,
Voto sempre, mas não reelejo ninguém,
Muito menos nos gatos de armazém
Que fazem leis para nos tornarem reféns.

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