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sábado, 8 de novembro de 2025

ALFONSINA


 

Alfonsina Storni nasceu na Suíça e aos quatro anos mudou-se com os pais para a Argentina. Em 1901, ainda criança, a família fixou-se em Rosário, sempre com severas restrições financeiras. Alfonsina então se jogou no trabalho, atuando como operária, professora de costura e atriz. A poesia doía na alma poética desde sempre, mas vertia apenas como catarse.

Com 43 anos descobriu um câncer de mama. No estágio em que foi identificado e com os recursos da época, nada mais poderia ser feito. Então resolveu tomar o caminho que um ano antes, quando também diagnosticado com câncer, o escritor uruguaio Horacio Quiroga tomou: suicídio. A diferença, talvez porque Quiroga fosse um homem sorumbático e trágico com a vida, foi a forma. Ele tomou cianeto, Alfonsina caminhou vagarosamente em direção ao mar e se deixou engolir por ele. O ano era 1938, e três dias antes de se suicidar, ela envia de um hotel de Mar del Plata para um jornal, o soneto “Voy a Dormir”. E foi.

Ariel Ramírez, autor da Misa criolla, compôs também o tributo musicado em homenagem a ela, cuja letra e melodia jorram de dor e devem ter ajudado a salgar a costa Argentina. Ele não conheceu Alfonsina, mas inspirou-se em sua história, que lhe fora contada pelo pai, de quem ela tinha sido aluna.

"Pela branda areia que lambe o mar
Sua pequena pegada não volta mais
Um caminho solitário de dor e silêncio chegou
Até a água profunda
Um caminho solitário de dores mudas chegou
Até a espuma"

Mercedes Sosa eternizou a canção, mas ... Nana Mouskouri, a diva que já gravou em 15 idiomas, dos quais sete fala fluentemente; que depois de Dalida é quem mais vendeu discos na França, e que junto com Michelle Pfeiffer divide o lado leste do meu coração, a internacionalizou. Quando ouço, quase me afogo.




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