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quarta-feira, 5 de novembro de 2025

π‡πŽπŒπŽ π‡πŽπŒπˆππˆ 𝐋𝐔𝐏𝐔𝐒



Pelas paredes do velho e querido ColΓ©gio UniΓ£o havia quadros com provΓ©rbios em latim, fato que nos obrigava a pesquisar seus significados no Google de entΓ£o, tambΓ©m conhecido como Delta-Larousse. Entre os provΓ©rbios, o mais intrigante deles: π™Žπ™ž π™«π™žπ™¨ π™₯π™–π™˜π™šπ™’ π™₯𝙖𝙧𝙖 π™—π™šπ™‘π™‘π™ͺ𝙒 (se queres a paz, prepara-te para a guerra).

Custava um pouco a fixar em cΓ©rebros virgens tamanha ambivalΓͺncia. No entanto e com o decorrer do tempo, a maturidade sendo exposta diariamente Γ  estirpe de Caim que carregamos, passou a fazer todo o sentido. Bismark (aquele que nΓ£o conseguiam afundar) tambΓ©m teria dito algo assim: π™™π™žπ™₯π™‘π™€π™’π™–π™˜π™žπ™– π™¨π™šπ™’ 𝙖𝙧𝙒𝙖𝙨 Γ© π™˜π™€π™’π™€ 𝙒π™ͺπ™¨π™žπ™˜π™– π™¨π™šπ™’ π™žπ™£π™¨π™©π™§π™ͺπ™’π™šπ™£π™©π™€π™¨. Pois entΓ£o.
E bem antes desses sΓ‘bios falarem essas frases chocantes, JoΓ£ozinho Evangelista, lΓ‘ no Novo Testamento, jΓ‘ avisava sobre 𝙀𝙨 𝙦π™ͺ𝙖𝙩𝙧𝙀 𝙒𝙖𝙩π™ͺπ™£π™œπ™€π™¨ 𝙙𝙀 𝘼π™₯π™€π™˜π™–π™‘π™žπ™₯π™¨π™š que representam os nossos flagelos, normalmente puxados pelo alazΓ£o (guerra). A morbidez humana parece adorar esses bichos. Renegam a paz e conseguem transforma-la em um sentimento vazio, que nΓ£o leva a nada, porque se esgota em si. Paz, enfim, vem a ser como um tempo de verbo, algo como presente do subjuntivo, longe de ser um futuro perfeito. Assim, sΓ³ uma possibilidade. Γ‰ uma triste ironia, mas fazemos da guerra uma necessidade em busca dela, da paz. E se realimentam nos ciclos e os Γ³dios. O que Ghandi disse sobre a paz Γ© revelador: 𝙣ã𝙀 𝙝Ñ π™˜π™–π™’π™žπ™£π™π™€ π™₯𝙖𝙧𝙖 𝙖 π™₯𝙖𝙯, 𝙖 π™₯𝙖𝙯 Γ© 𝙀 π™˜π™–π™’π™žπ™£π™π™€. Caminho sim, sΓ³ o caminho (cubierto de cardos), nunca a chegada. E sΓ³ nΓ£o desistimos dela porque sem ela nΓ£o haveria mais guerras para buscΓ‘-la .
Ou seja, bacudo, de tempos em tempos, ou em quase todo tempo em alhures ou algures, como se dizia no castiΓ§o, Γ© chumbo trocado para ver se, matando alguns, se sacia a sede que temos pelo sangue irmΓ£o. Matemo-nos, pois, no caminho da paz. Mas depois, de saco cheio dela, matemo-nos de novo.
Custei um pouco, mas entendi, querido ColΓ©gio UniΓ£o.

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