Pelas paredes do velho e querido ColΓ©gio UniΓ£o havia quadros com provΓ©rbios em latim, fato que nos obrigava a pesquisar seus significados no Google de entΓ£o, tambΓ©m conhecido como Delta-Larousse. Entre os provΓ©rbios, o mais intrigante deles: ππ π«ππ¨ π₯ππππ’ π₯ππ§π πππ‘π‘πͺπ’ (se queres a paz, prepara-te para a guerra).
Custava um pouco a fixar em cΓ©rebros virgens tamanha ambivalΓͺncia. No entanto e com o decorrer do tempo, a maturidade sendo exposta diariamente Γ estirpe de Caim que carregamos, passou a fazer todo o sentido. Bismark (aquele que nΓ£o conseguiam afundar) tambΓ©m teria dito algo assim: πππ₯π‘π€π’ππππ π¨ππ’ ππ§π’ππ¨ Γ© ππ€π’π€ π’πͺπ¨πππ π¨ππ’ ππ£π¨π©π§πͺπ’ππ£π©π€π¨. Pois entΓ£o.
E bem antes desses sΓ‘bios falarem essas frases chocantes, JoΓ£ozinho Evangelista, lΓ‘ no Novo Testamento, jΓ‘ avisava sobre π€π¨ π¦πͺππ©π§π€ π’ππ©πͺπ£ππ€π¨ ππ€ πΌπ₯π€πππ‘ππ₯π¨π que representam os nossos flagelos, normalmente puxados pelo alazΓ£o (guerra). A morbidez humana parece adorar esses bichos. Renegam a paz e conseguem transforma-la em um sentimento vazio, que nΓ£o leva a nada, porque se esgota em si. Paz, enfim, vem a ser como um tempo de verbo, algo como presente do subjuntivo, longe de ser um futuro perfeito. Assim, sΓ³ uma possibilidade. Γ uma triste ironia, mas fazemos da guerra uma necessidade em busca dela, da paz. E se realimentam nos ciclos e os Γ³dios. O que Ghandi disse sobre a paz Γ© revelador: π£Γ£π€ πΓ‘ πππ’ππ£ππ€ π₯ππ§π π π₯ππ―, π π₯ππ― Γ© π€ πππ’ππ£ππ€. Caminho sim, sΓ³ o caminho (cubierto de cardos), nunca a chegada. E sΓ³ nΓ£o desistimos dela porque sem ela nΓ£o haveria mais guerras para buscΓ‘-la .
Ou seja, bacudo, de tempos em tempos, ou em quase todo tempo em alhures ou algures, como se dizia no castiΓ§o, Γ© chumbo trocado para ver se, matando alguns, se sacia a sede que temos pelo sangue irmΓ£o. Matemo-nos, pois, no caminho da paz. Mas depois, de saco cheio dela, matemo-nos de novo.
Custei um pouco, mas entendi, querido ColΓ©gio UniΓ£o.

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