Não
me lembro dele com precisão. Era uma figura imponente, fundida com o cavalo.
Perto dele não havia molecagem, nem dos moleques mirins da bucólica Uruguaiana
de pretérito tão perfeito, muito menos dos provectos. Meu pai era amigo dele, mas o chamava de “comandante”,
quase um pronome. E era mesmo.
Em
momentos como este quando eu, em especial os irmãos paulistanos, e de resto toda
torcida verde-amarela andamos por ai encagaçados,
entrincheirados em nossos bunker’s, enquanto a marginalia toma conta,
destemida, livre e debochada, estabelecendo uma nova federação criminosa plenipotenciária,
figuras como aquela me passam da mera lembrança à cruenta saudade.
Segurança
pública parece não dar votos. Ou por outra, bandido também vota, e vejam que
nicho populoso de interesses que não deve ser contrariado! Por isso talvez não haja
legisladores a fim de investir campanha mexendo no Código Penal. Muito menos executivos
eleitos aportando verba, ou melhorando as estruturas em nome da defesa do
cidadão. A omissão tem duas formas nocivas: a covardia e a cumplicidade. Ou, concluo
por simples, que não desejam legislar contra si.
O
cidadão que me empresta o título e o símbolo era uma espécie de personalização
da liderança autoritária. Jamais falei com ele, mas sei que quando andava por
perto havia ordem. E é do que mais sentimos
falta do Chui para cima: ordem; lideranças; Gente que não apenas mande, mas que
saiba mandar; que não apenas seja transeunte de cargo, mas o faça respeitar.
Crescemos, evoluímos e nos modernizamos, mas se há algo que ficamos devendo ao
passado é na formação de lideres, embora haja hoje escolas, cursos,
orientadores e outros gurus para esse fim. Hoje sabemos, por exemplo, que se
comanda por autoridade, capacidade e/ou influência; Que essas características
juntas fazem um grande líder. O duro, porém, é identificá-las, com tantos jogos
de interesses que os circundam. Poder também é recurso de comando (na
Democracia este é o nosso). O poder está
na base, na massa, mas ela continua sendo de manobra. Nem vamos considerar que
atualmente nos falta até mocinho para rodarmos um bang-bang, seja porque os
atuais estão comprometidos, ou porque atualmente andamos nos apixando até para
os índios. E bobota tem um monte. Ah, como a minha geração tem culpa por isso!
Por
outro lado, as vezes observo postagens, listas, correntes pedindo para anular o
voto. E gente esclarecida, o que potencializa a responsabilidade ou falta dela.
Para qualquer vivente de médias luzes deveria ser fácil perceber que é muito
melhor ter o poder de decisão na mão do que transferi-lo para terceiros. A
questão é: não votar é a solução? Claro que não. Não podemos permitir que o
desencanto com os políticos e seus partidos faça com que eles se eternizem em
seus postos. Se os atuais não estão resolvendo, ou por outra, trabalham e/ou
legislam em causa própria, se apropriam de bens públicos, e não estão nem ai se
você “dança na corda bamba de sombrinha e em cada passo dessa linha pode se
machucar”, então trabalhe para renovar os quadros. Opte por não reeleger. Energia
nova, gente que venha prospectar novos caminhos e levar não só como plataforma,
mas como dogma os anseios e medos de quem vive longe do Olimpo. Os pedrocoutinhos
surgem naturalmente, mas hoje só vamos descobri-los garimpando nas urnas eletrônicas.
Não
custa lembrar que Democracia requer disciplina, ordem e regras. O que não
requer nada disso chama-se anarquismo (acorda São Paulo!). Excluir-se, omitir-se; é conformar-se em ver a
marginália cantando tá tudo dominado,
dando as cartas e jogando de mão, enquanto que você, pagador dos maiores
impostos do mundo está proibido de tomar mate na calçada às sete da noite.
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