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segunda-feira, 22 de julho de 2013

ESQUELETOS NO ARMÁRIO



Talvez ainda não tenha se transformado em filme a história do prefeito Celso Daniel, por questões que ficam entre o medo e a cautela, com notas de cumplicidade do meio.
Oliver Stone ou Martin Scorcese não teriam deixado por menos. E talvez, com eles já estivéssemos na sequência, e nela incluída as outras oito mortes que compõe a cena trágica de Santo André. Ou teria virado série. Um House of Cards, versão cabocla do ABC.
Mas caso a ideia surgisse na cabeça de alguns cineastas conhecidos no nosso meio, com apoio da lei Rouanet, teríamos uma obra de ficção, cujo roteiro até já está pronto, basta pegar o inquérito. Na trama, Celso Daniel seria o suspeito número um pelo assassinato dos que morreram depois dele, e ele mesmo teria cometido suicídio com onze tiros, alguns na nuca. Não sem antes ter recorrido ao ritual fundamentalista da autoflagelação. Teria se espancado e retalhado à exaustão.
Dizem que praga de ex-mulher é fogo. Não sei disso, embora seja versado no assunto. E só não sei porque não acredito em praga. Mas se houve, não só foi fogo, como foi bordoada a talhos.
Daniel já estava separado da Mirian Belchior, quando do ato referido. Mas sabe como é, anos e anos juntos e coisa e tal, algum sentimento haveria de ter sobrado. Nada. Mirian consolou-se rapidamente, indo curtir sua pseudo-viuvez, sentada na pasta da Casa Civil, depois no Ministério Planejamento, entre outros mimos de grande projeção e bem  remunerados, com as condolências de seus chefes de partido. Mirian faz o perfil nada-sabe/ nada-viu, capítulo um, versículo único da bíblia petista.
Se foi ou não um cala-te boca e para-te-quieto, penso que nunca saberemos, afinal a “pensão” recebida pela “viúva” não é de se jogar fora e vale como uma delação premiada. Diferentemente de Roseana Moraes Garcia, que estava casada com Antônio da Costa Santos, o Toninho do PT quando este foi fuzilado, um ano antes do Celso e que nunca descansou em busca da justiça.  Mirian continua “nem aí” para as investigações.
Na sombra desse imbróglio todo está… O “Sombra”, Sergio Gomes da Silva.  Para os mais antigos, “O sombra” era uma figura de ficção, criado por  Walter Brown Gibson, na década de 30 e que sobreviveu por décadas após. Foi programa radiofônico, passou para os quadrinhos, filmes séries e o escambau. Seu personagem mascarado era um justiceiro milionário, e por isso mesmo pode ter sido o  inspirador do Batman.  No programa radiofônico, em resposta à terrível questão “Quem sabe o mal que se esconde nos corações humanos?” vinha a resposta: “O Sombra sabe… Pois ele tem o mal em seu próprio coração!” (Wikipedia)
Pois o nosso Sombra é bem conhecido, estando inclusive, preso por corrupção. Esse parece que sabe o mal que se esconde nos corações humanos, e sabe, por que, pelo que se viu na reconstituição do crime, ele também parece ter o mal no coração. Afinal, ele é o Sombra, e não deve ter ganhado esse apelido por viver às claras.
Apareceram fatos novos e relevantes, que fizeram o ministro Luiz Fux dar curso às investigações. Os fatos hão de vir em “efeito cachoeira”, falo do Carlinhos. Segundo consta, Carlinhos Cachoeira teria repassado uns pilas a um cumpincha do Zé Dirceu e desse, possivelmente para fulano, beltrano e sicrano, CQD (como queremos demonstrar), como é a praxe.
Fux deu a chave do armário ao MP de São Paulo, que a repassou ao Grupo de Atuação Especial Regional para Repressão ao Crime Organizado (Gaerco/ABC). Com isso, os ossos começam a se juntar e a fazer barulho; correntes arrastam-se nas madrugadas petistas; os dedos poderão ficar trêmulos e nervosos; os gatilhos mais sensíveis. O verbo periga ficar incontrolável e, nesse caso, é bem capaz de haver mais suicídios. Desses, induzidos.

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