Texto de 09/10/2013 - com capa editada e atualizada no dia 07/11/2014
Como se dizia antigamente, “sob os auspícios” do governo, conivente e frouxo.
O MST é uma quadrilha organizada. Invade, quebra, queima; os
invasores dão-se ao luxo de filmar e comemorar seus feitos a revelia do direito
e da ordem, remasterizando ações dos exércitos bárbaros. E dos campos chegaram às cidades.
Voltamos aos tempos dos hunos, onde se toma tudo na mão
grande e nada acontece aos responsáveis. Nada pode acontecer, porque onde mora
o direito de legislar, mora também o constrangimento por seus próprios delitos.
A casa da lei está suja.
Dia desses recolhi uma frase tão antiga que me assombra por
moderna, dita por alguém que entendia muito de tragédia e comédia, Dante:
"Lasciate ogna speranza voi che entrate!" Traduzindo: “Percam
todas as esperanças. Estamos todos no inferno”. Ainda não me
sinto lá, mas as altas temperaturas das ruas têm me feito desconfiar que não é
tão somente o desequilíbrio ambiental que produz o calor, e que ele não é espontâneo.
O embrutecimento do homem não deveria fazer parte do ciclo
de vida. Por um dia termos acreditado que o Criador nos fez a sua imagem e
semelhança, também seria crível que apenas evoluíssemos espiritualmente, e
tanto quanto nos permitisse o talento, também materialmente. E aqui me refiro a
nações que permitem aos indivíduos progredirem e desfrutarem de seus próprios
talentos. Mas há lugares onde o estado confisca também isso e ainda hoje são exaltados. Pelos de longe, claro.
O que vimos recentemente, entretanto, e o que se arma sem o
menor pudor, é o retorno ao nosso estágio empírico. Seja pela brutalidade com que
estamos matando nossos semelhantes, banalizando a vida e a morte, como pelo total desinteresse aos direitos
mínimos de propriedade, e bens sociais. Morremos um pouco enquanto sociedade, sendo assistidos medrosamente pelos poderes constituídos. Nem primatas erectus podemos nos considerar,
O povo reaprendeu o caminho das ruas, e retomou sua capacidade de indignação. Este é um direito
inalienável. Dizem. Ponto. O que não compreendo é porque se deixam invadir por
entidades do mal, bandidos mascarados, que agem pelo mote único da destruição.
Estes não consideram sequer a matemática social, cuja equação nos diz que um
palácio se reconstrói mais rapidamente que um casebre. Eles colocam tudo na
mesma linha de tiro, da foice e do coquetel.
Coibir esta baderna é papel do governo. Existe a Lei de
Segurança Nacional para conter essas guerrilhas urbanas. O Estado,
porém está quase acéfalo e unicamente preocupado com seus índices de aceitação,
e com o que fará nos próximos quatro anos em função disso. Tristemente amparado por inocentes úteis.
Tanto farão; tanto deixarão fazer; tanto haverão de destruir
e queimar, que a população silenciosa vai acabar rezando pelo retorno dos
cavalos e dos urutus. Depois ouviremos queixas, pedidos de indenização e mais
briga pela vontade de ser livre. Ser livre ou vandalizar com a liberdade.
Te cuida, te
cuida, te cuida, imperialista! A América Latina vai ser toda socialista
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