(Os movimentos podem ser
voluntários ou involuntários. O motor neurônio leva informação para os movimentos
voluntários, equilibrados, associados, que mantêm o tônus muscular e a
referência postural)
O córtex está na camada externa do cérebro dos
vertebrados, rico em neurônios, e local dos processamentos mais sofisticados. É uma pequena peça cerebral de
massa cinzenta, mas que desempenha o papel central e complexo, como atenção,
consciência, linguagem, percepção e pensamento. Possui importantes
funções cognitivas, essencial para a formulação de planos de ação dirigidos e
metas projetadas, bem como supervisão e controle. Também é importante para a
regulação das emoções e instruções simbólicas e verbais.
Todos nós sabemos onde fica a
cabeça na estrutura bizarra de um time de futebol. O setor pensante. Digamos
que na segunda linha do meio de campo fica o cérebro da equipe. Sendo assim
podemos dizer que um dos meias-armadores deva ser o córtex, o de papel central e de funções que envolvem planejamento,
comando e ações. Ali deve se situar
o pensamento treinado. A memória do que foi visto, ensaiado, com amplo espaço
para improvisações. Antigamente se
dizia do jogador-termômetro que em determinado momento botava o pé sobre a
bola, olhava para os lados como se olhasse de cima, com desdém pelo baixo
clero.
Por ali circulam os gênios que levam as tais informações para os movimentos voluntários e ordenados, e os exemplos mais antigos são fartos. Diferentemente do que dispomos hoje.
No
Brasil, o melhor meia-armador que conheço é argentino. Ninguém joga mais do que
D’Alessandro, do Internacional de Porto Alegre, incrivelmente esnobado pela seleção
do seu país. Mas será que a Argentina produz tantos armadores assim, a ponto de
abrir mão de um jogador que seria titular absoluto da seleção brasileira? Pior;
produz. E eis que aqui reside um dos nossos descaminhos. Eis porque não somos
mais o que éramos.
Na
terra onde brotavam as mancheias talentosos meio-campistas, morremos hoje nas mãos, ou pés, de medianos, não mais que isso, ou adaptações de sistemas que compensem essa carência.
De resto, e sem trocadilho infame, sinto pena por Ganso. Teria
muitas das ferramentas necessárias para assumir a camisa 10 que escolhesse. Teria,
caso tivesse outros fatores indispensáveis para compor a mecânica do córtex:
personalidade, profissionalismo e liderança.
Fora isso, D'Alessandro além de craque, é um cidadão que faz muito bem a Porto Alegre com sua obra social. É um cidadão que merece toda consideração e respeito.
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