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segunda-feira, 12 de maio de 2014

CONTROLE DA MOTRICIDADE SOMÁTICA




(Os movimentos podem ser voluntários ou involuntários. O motor neurônio leva informação para os movimentos voluntários, equilibrados, associados, que mantêm o tônus muscular e a referência postural)

O córtex está na camada externa do cérebro dos vertebrados, rico em neurônios, e local dos processamentos mais sofisticados. É uma pequena peça cerebral de massa cinzenta, mas que desempenha o papel central e complexo, como atenção, consciência, linguagem, percepção e pensamento. Possui importantes funções cognitivas, essencial para a formulação de planos de ação dirigidos e metas projetadas, bem como supervisão e controle. Também é importante para a regulação das emoções e instruções simbólicas e verbais.

Todos nós sabemos onde fica a cabeça na estrutura bizarra de um time de futebol. O setor pensante. Digamos que na segunda linha do meio de campo fica o cérebro da equipe. Sendo assim podemos dizer que um dos meias-armadores deva ser o córtex, o de papel central e de funções que envolvem planejamento, comando e ações. Ali deve se situar o pensamento treinado. A memória do que foi visto, ensaiado, com amplo espaço para improvisações. Antigamente se dizia do jogador-termômetro que em determinado momento botava o pé sobre a bola, olhava para os lados como se olhasse de cima, com desdém pelo baixo clero.   

Por ali circulam os gênios que levam as tais informações para os movimentos voluntários e ordenados, e os exemplos mais antigos são fartos. Diferentemente do que dispomos hoje.

No Brasil, o melhor meia-armador que conheço é argentino. Ninguém joga mais do que D’Alessandro, do Internacional de Porto Alegre, incrivelmente esnobado pela seleção do seu país. Mas será que a Argentina produz tantos armadores assim, a ponto de abrir mão de um jogador que seria titular absoluto da seleção brasileira? Pior; produz. E eis que aqui reside um dos nossos descaminhos. Eis porque não somos mais o que éramos.

Na terra onde brotavam as mancheias talentosos meio-campistas, morremos hoje nas mãos, ou pés, de medianos, não mais que isso, ou adaptações de sistemas que compensem essa carência.  

De resto, e sem trocadilho infame, sinto pena por Ganso. Teria muitas das ferramentas necessárias para assumir a camisa 10 que escolhesse. Teria, caso tivesse outros fatores indispensáveis para compor a mecânica do córtex: personalidade, profissionalismo e liderança.

E sinto pena por nós, duzentos milhões em ação, tendo o D’Alessandro à mão, e que logo ali vai abandonar os gramados, sermos órfãos de córtex. 

Fora isso, D'Alessandro além de craque, é um cidadão que faz muito bem a Porto Alegre com sua obra social. É um  cidadão que merece toda consideração e respeito.

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