Escondido sob a saia da recente festa democrática, eis que aparece um GreNal. É, um GreNal, aquele jogo que antes dividia o estádio ao meio, e que era uma festa para os olhos, ouvidos e que acelerava os corações.
Mal percebi, talvez pela distância, mas no domingo sela-se o
destino de um dos dois no campeonato brasileiro. Qualquer resultado diferente de vitória deixará um dos
gaúchos longe da Libertadores, único trunfo que resta para o ano da graça de
Nosso Senhor de 2014.
Ah, sim, o Inter ganhou o Gauchão. Bueno, bueno... Como
dizia o inesquecível mestre Cabeça, Seu Ênio, ganhar o campeonato Gaúcho é uma
bela porcaria. Mas experimente perder!
Enfim, domingo tem GreNal e a comunidade rubra faz festa com
o longo período em que o Grêmio não ganha. Prova cabal de que esse confronto é
uma competição à parte. Como pouco ainda resta, melhor é ganhar do rival e
chegar à frente dele. Já é consagrador.
Time por time, o Internacional é melhor. Tem o meio de campo
dos sonhos de qualquer treinador, e um jogador raro; único no Brasil:
D’Alessandro. Tem uma defesa frágil, mas recuperaram o juízo ao sacar Dida do
gol (desde quando goleiro dispensado pelo Grêmio serve ao Inter?), e um ataque
que recebeu o acréscimo – e que acréscimo – do Nilmar. Na minha visão, continua
favorito.
O Grêmio, por tudo e por nada, jogará a morrer, e isso
poderá fazer alguma diferença.
Mas o que eu desejo mesmo é que as milícias (malditas
milícias) se comportem. Há muito não escrevo nada; não falo nada em vésperas de
GreNal. E há muito abomino senhores multiplicadores de ódio, principalmente nas
ondas do rádio, que armam e incentivam espíritos bélicos, e cito nominalmente
dois, em especial: Kenny Braga e Cacalo, da rádio Gaúcha. Anacrônicos. E não percebem isso!
Paz total não vai haver. Não está no DNA moderno do
clássico, mas que a guerra seja suave, e de preferência que fique circunscrita
às quatro linhas do campo. Se briga houver, que seja pela vitória.
Como disse, estava despercebido do clássico, mas a partir de
agora começam as contrações. Domingo, às quatro da tarde, terei dilatação de
quatro dedos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário