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quinta-feira, 6 de novembro de 2014

ESCONDAM O ESTOPIM

Sou dos que pensam que uma eleição nunca termina. Finda a campanha e “escrutinadas” as urnas, a meu ver, não é hora de recolher opiniões, conceitos ou calarem-se os debates. O que se deve recolher são bandeiras, gritos ensandecidos, carros de som; e que se limpem as sujeiras (a parte inocente delas).

Sou dos que pensam, e agradeço ao Velho por pensar assim, que o after day de uma consagração ou de uma derrota eleitoral, passa a ser hora de arregaçar as mangas, pranchetear promessas e partir para as cobranças. Estando eu do lado que esteja.

E por último, sou dos que pensam que uma eleição não termina com um ou outro lado da população vencedora. Não disputamos um pleito contra outro país. A disputa é interna e o resultado das urnas, para o bem ou para mal, repercutirá na nossa realidade. Talvez por isso tenha me aborrecido muito (MUITO!), o nefasto discurso maniqueísta da briga entre o “nós” e o “eles”. Quando alguém quis separar o Rio Grande, o Brasil inteiro apedrejou o lunático. Nestas eleições, entretanto, metade do Brasil aplaudiu a mesma ideia separatista. Prova que algumas lideranças não sabem o tamanho do estopim das bases, e como elas raciocinam quando em massa.

O pleito acabou (acho). Hora, portanto, de fiscalizar, e aqui me refiro a quem realmente se importa com a causa-Brasil, não com a causa partidária.

Mas há algo muito perigoso no ar. A insatisfação com a rédea frouxa, para dizer o mínimo, do governo em relação as coisas públicas, trouxe um novo elemento das sombras: os militares.

A mim não resta dúvida, porque vivi e tive problemas no período em que o verde-oliva comandava: é um povo honrado, que aprendi a respeitar e que teve menos culpas de tudo que lhes foi atribuído.  Entretanto, existe um fator concreto: militar negocia muito pouco. Militar é treinado para a guerra; é treinado para defender a nação contra o perigo externo; militar não tem adversário, tem inimigo, portanto, suas balas não são de festim e suas porradas são preparadas para matar. Tem pouco ou nenhum treinamento de polícia.

Há pedidos para que os militares retornem ao comando e sinto que muitos deles estão gostando da ideia. Por outro lado, vejo Zé Dirceu e outros saindo da prisão por seus “malfeitos”, e serem ovacionados pela parcela da população que adotou o “rouba-mas-faz”, versão festiva; vejo amigos queridos, de visão absolutamente obstruída com a ideia de alternância no poder, e por isso, só por isso, não tenham dúvidas: uma ação militar contra o governo nos faria chorar milhões de mortes, algumas bem próximas.

Além do quê, no futuro, isso oneraria irremediavelmente o erário a título de indenizações. E nossos netos ou bisnetos iriam à loucura, de saco cheio com uma nova comissão da verdade. No ciclo das verdades.

Considero essas lembranças importantes para quem vive a politica, mas especialmente para quem deseja o retorno dos militares ao comando. Àqueles que repudiam esta ideia, e que respeito também por isso, eu costumo perguntar a idade. Então deixo manifestar a presunção que reservo para esses momentos. Só considero opiniões de pessoas nascidas até a década de 60. Os outros que me perdoem, mas não sabem do que falam.    


   

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