Hora de permanecer nos bastidores e prestar reverência ao mago dos sons; àquele que fazia a voz das cenas sem texto.
Ennio Morricone, o gigantesco compositor e arranjador italiano de mais de 500 trilhas sonoras entre cinema e TV, deu hoje seu último acorde por aqui, aos produtivos 91 anos. Há quatro anos (2016) conquistou seu último Oscar pela trilha de "Os oito odiados", do Tarantino.
Tendo associado seu nome no início a Sergio Leone e seu estilo western spaghetti, que a Academia olhava de viés, talvez não tenha sido percebido logo de cara. Com o tempo e algumas obras incontestáveis depois, junto com Clint Eastwood, que em 2007 lhe entregou um Oscar honorário por suas múltiplas e magníficas contribuições ao cinema, ultrapassaram os conceitos clássicos dos gabaritos hollywoodianos e não pararam mais de conquistar prêmios.
Há dois sentimentos quando parte uma estrela desse porte, no tempo em que se foi. Primeiro um lamento pela finitude da vida e segundo outro lamento pela finitude da vida. Só não percebo perda, uma vez que a sua obra, florida de partituras por mais de 60 anos de carreira o manterá vivo.
Ennio partiu em novembro de 2022, mas deixou sons eternos. Ave, Ennio!
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