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terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

A INCRIVEL HISTÓRIA DE ADALINE





O link com Benjamin Button (O curioso caso) é fatal, porém, com a inversão temporal. Para quem não lembra ou não assistiu, Benjamin (Brad Pitt) é acometido de uma anomalia estranha: nasce velho e vai rejuvenescendo.

Já Adaline (Blake Lively), após um acidente de carro durante uma tempestade nos anos 20 do século passado, fica entre a vida e a morte e é reanimada por um raio. Esse fenômeno transforma a vida de Adaline, faz com que pare no tempo. Ou seja, ela que tem 29 anos, é fadada a viver eternamente com essa idade. Sonho de consumo? Vai vendo. O peso dos anos funcionando na contra mão tornou-se insuportável. À época da realização do filme, 2015, teria perto de 100 anos, mas com carinha e corpinho de 29. Sem filtros ou apps.

Na seleta de carmas, ela, que tem uma filha pequena, é obrigada a acompanhar seu desenvolvimento à distância e a vê-la envelhecer. Seus entes queridos, um por um, vão morrendo, sem que ela não possa sequer se despedir, somente chorar escondida. De tempos em tempos é obrigada a trocar de identidade, a fim de manter-se no anonimato. Até 2035 que, segundo alertado pela própria produção, o enigma haverá de ser desvendado.

O filme é uma ficção inteligente, que nos põe a pensar sobre o mistério que nos atormenta desde que nos demos por gente: a finitude da vida. E talvez uma reflexão contábil sobre a longevidade. Creditamo-nos de tempo, mas assistimos partir nossos afetos. Enfim, diferentemente de Benjamin Button, que me deixou desconfortável, vi em Adaline um romance sensível, emotivo e muito bom de assistir. Demora um pouco a esvaziar o disco.

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