Faltaria bola, faltaria campo, faltaria rua... Enfim,
faltaria tempo para tudo. Nada enche mais o dia de um guri de onze anos, que
não ter nada para fazer.
Mas no penúltimo dia a professora me chamou: “leve esse
bilhete aos seus pais”. Lá estava escrito algo como isso: “pai e mãe,
precisamos melhorar a letra do Jair. Eu me proponho a ajudar durante as férias
de julho, na minha casa. Assim, caso concordem, providenciem um caderno de
caligrafia para amanhã”.
Amanhã!!! Era o fim. Nada poderia ser pior.
Amanhã!!! Era o fim. Nada poderia ser pior.
Entretanto, acabou sendo um mês de julho muito agradável,
embora trabalhoso. A professora, com a doçura que a caracterizava, não dava folga. Tratava-se de preencher um
caderno, dois cadernos, três cadernos... Repetitivamente. A folga era para um
café, uma “batida” de banana e algum bolinho.
Onde acabou essa história: até pouco tempo atrás eu era
convidado a subscrever cartões e fazer atas em função da minha caligrafia.
2) Um dos professores de linguagem (língua portuguesa) que
tive era jovem, orgulhoso; duro como tronqueira de guajuvira. Um determinado
dia pediu uma “composição”. Fomos às letras.
Apresentei o meu trabalho e ele leu atentamente como sempre;
releu uma, duas vezes e sentenciou mais ou menos assim: “aqui tem vocabulário, quando tiver
sentido poderá ficar bom”. Não entendi,
mas isso foi o suficiente para que eu passasse dois metros e meio de tempo da
minha vida buscando sentido no que escrevo.
Nunca pude ser grato o suficiente a professora Ruth Argimon
pelo carinho e empenho, mas ao mestre José Edil de Lima Alves eu posso e sou a
cada oportunidade que tenho.
Obrigado mestres, e em nome deles abraço a todos.
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