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quarta-feira, 15 de outubro de 2014

DIA DO PROFESSOR




1) As férias de julho se aproximavam e eu não me aguentava nos cascos para varzear.

Faltaria bola, faltaria campo, faltaria rua... Enfim, faltaria tempo para tudo. Nada enche mais o dia de um guri de onze anos, que não ter nada para fazer.

Mas no penúltimo dia a professora me chamou: “leve esse bilhete aos seus pais”. Lá estava escrito algo como isso: “pai e mãe, precisamos melhorar a letra do Jair. Eu me proponho a ajudar durante as férias de julho, na minha casa. Assim, caso concordem, providenciem um caderno de caligrafia para amanhã”.  

Amanhã!!! Era o fim. Nada poderia ser pior.

Entretanto, acabou sendo um mês de julho muito agradável, embora trabalhoso. A professora, com a doçura que a caracterizava, não dava folga. Tratava-se de preencher um caderno, dois cadernos, três cadernos... Repetitivamente. A folga era para um café, uma “batida” de banana e algum bolinho.

Onde acabou essa história: até pouco tempo atrás eu era convidado a subscrever cartões e fazer atas em função da minha caligrafia.

2) Um dos professores de linguagem (língua portuguesa) que tive era jovem, orgulhoso; duro como tronqueira de guajuvira. Um determinado dia pediu uma “composição”. Fomos às letras.

Apresentei o meu trabalho e ele leu atentamente como sempre; releu uma, duas vezes e sentenciou mais ou menos assim: “aqui tem vocabulário, quando tiver sentido poderá ficar bom”.  Não entendi, mas isso foi o suficiente para que eu passasse dois metros e meio de tempo da minha vida buscando sentido no que escrevo.

Nunca pude ser grato o suficiente a professora Ruth Argimon pelo carinho e empenho, mas ao mestre José Edil de Lima Alves eu posso e sou a cada oportunidade que tenho.


Obrigado mestres, e em nome deles abraço a todos.

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