Quando Mario Henrique Simonsen, lá em
1977, a bordo de um barril de carvalho denunciou o chuchu por formação de
quadrilha, assalto a cesta básica e principal líder pró-inflação, virou piada.
Certo, na época a gente podia gritar,
mas não muito; podia espernear, mas com calma. Protestar, enfim podia, desde
que não cheirasse a pólvora. Lembro que um diferencial para o protesto era usar
terno e gravata, e nunca fazendo bagunça na rua. Barbudo de brim Coringa e alpargatas
era risco. Com bandeira, então, ia direto ao teste de amperagem testicular nos
jacarezinhos do Dops.
Mas na época, quem dava mais do que
chuchu na serra eram os índices inflacionários. Que segundo me prometeram em
1994 “já eram”.
Não vi ninguém do governo atual culpar o
ovo pelo aumento da inflação, ao contrário, ele, o ovo, dizem, é a salvação. Ex-vilão
e grande parceiro do LDL, chega agora à consagração para as fumacentas manhãs
de domingo.
Assim gauchada velha, largue mão da minga,
do salsichão e outras “hachuras” assadas a meia-guampa. Picanha, então, nem
pensar. Assem ovos, não os de touro, que esses se come apenas uma vez por ano.
Assem ovos! Ovos para o bem do Brasil.
Essa do ovo, como há muito foi o chuchu,
vai para os anais (ou no caso específico volta, posto que dos anais veio) da economia,
como coadjuvante na história tragicômica da retomada da inflação, por conta das
sumidades que hoje nos dirigem.
A situação, entretanto, me parece “clara”:
não “gema”. Vote para mudar.
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