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terça-feira, 26 de agosto de 2025

YESTERDAY - UMA TRILHA DE SUCESSO

 


"Rebecca, a mulher inesquecível", de 2020, uma releitura de mesmo nome do rodado em 1940, um filme de Hitchcock, me fez gravar um nome: Lily James. E quando gosto de algum artista novo, saio a cata de filmes em que estejam presentes. Esbarrei em um: "Yesterday - uma trilha de sucesso". Ora, ao menor sinal da palavra Beatles, peço que parem as rotativas para que eu encontre uma chamada forte para a realidade.

Esse filme (Netflix e Prime video) é a cara dos filmes rodados pelos quatro cavaleiros do apocalipse pop. Dinâmico, juvenil, um humorzinho duas quadras pra lá de sem graça, mas uma trilha sonora... Bueno, quando se trata de Beatles a gente não assisti, ouve.

A trama se desenvolve a partir de um bug; um apagão global, onde um músico inexpressivo descobre que só ele lembra da existência dos Beatles. Quando começa a desfilar o aquele repertório inesquecível como se fosse seu, por óbvio, vira pop star. Até que a consciência e uma dentucinha charmosa e inocentemente sensual o façam repensar e recompor a verdade. Ajudado também por um casal de veteranos, que como ele também escapou do bug e conhecem a verdade.

O imaginário da direção cria um John Lennon, então com 78 anos, aposentado e vivendo na praia. Um apêndice desnecessário, que incrivelmente consegue ficar fora de contexto. Lennon fora de contexto em um filme dos Beatles!

Ao humor sem graça junte-se a falta de carisma do personagem principal e a inexistência de química entre o casal protagonista. Lily é areia demais para a caçambinha do Patel. Ela é bem isso, embora nesse filme só pareça a metade: uma carinha de anjos, um deles caído.

Fora isso, gostei do que ouvi.

sexta-feira, 22 de agosto de 2025

AMOR E OUTRAS DROGAS




É um filme que dança entre a comédia romântica e dramas pessoais, que envolvem uma doença importante e sem cura, o Parkinson.

No contexto, entra um malandro, de boa família e desgarrado, que trocou a faculdade de medicina pela várzea, acostumado a passar o rodo no time feminino do lugar. Até que encontra uma parceria à altura. Um morena linda, viciada em sexo casual, cujo objetivo único é fazer o tempo passar, da melhor maneira possível e sem compromissos, enquanto as sequelas da doença não a chamam para o terço final.
Anne Hathaway é fabulosa. Linda, charmosa, que empresta aos seus papéis total autenticidade. Faz par com Jake Gyllenhaal, que é bom, mas de algumas prateleiras abaixo. No entanto se encaixam muito bem na trama, com boa química e valorizam o filme. Há várias cenas picantes, porém, de muito bom gosto e devidamente contextualizadas. Sem apelos.
Jamie (Jack) tornar-se vendedor de laboratório, depois de ser demitido de uma loja de eletrônicos, ao ser flagrado transando com uma colega de trabalho. Em uma visita médica conhece Maggie (Anne), rainha das comorbidades, usuária de coquetéis pesados como Prozac, Zoloft e Xanax, entre outros.
E assim começa a saga de um malandro que, ao fim, amadurece com o amor, e se dispõe a viver pelo presente.
Há no filme um enfoque histórico da indústria farmacêutica, que é o lançamento do Viagra, que faz o sucesso profissional do personagem.
Um filme de 2010, muito bom de assistir, que está o Netflix.

terça-feira, 19 de agosto de 2025

A FILHA DO GENERAL

 

A gurizada que amava os Beatles e os Rolling Stones abriu uma brecha no final dos anos 70 para os embalos de sábado a noite, com os Bee Gees e uma série de cantores e bandas fantásticas do disc music. E dançou com Travolta e Olivia Newton-John! Mas Travolta foi adiante. Mostrou que também é bom fora das pistas e faz uma consistente carreira cinematográfica.
"A filha do general" é um exemplo. Um thriller psicológico de 1999, que tem na parceria o poço de sensualidade chamado Madeleine Stowe. Madeleine sozinha enfeita a tela, é perturbadora! Na trama, o agente Paul Brenner (Travolta) disfarçado, tenta desvendar uma operação de tráfico de armas dentro da unidade militar. No entanto, o cenário criminoso amplia seu espectro, quando a capitã Campbell, filha de um general, é encontrada supostamente estuprada, provavelmente estupro coletivo, e morta na base que é de alta segurança, e exposta de forma desumana. Nem o estilo de vida secreto da capitã justificaria tanta violência.

O código de ética criminoso faz com que o agente Paul encontre intransponíveis barreiras de silêncio. Então entra em cena Sara (Stowe), uma agente especializada em crimes sexuais, com quem havia tido um "rolo" antigo. E o que era para ser apenas um crime brutal e revoltante, era bem mais do que isso. Os fatos mergulham em segredos varridos para os cantos, chantagens, vendetas e traições, que comprometem muita gente, inclusive altas patentes do exército.

É um filme tenso, de cenas fortes e muito bem desenvolvido e de desenlace surpreendente, apesar da crítica especializada não ter achado tudo isso. E eu com eles! A trilha sonora, múltipla e variada, ambienta muito bem o cenário

Aproveitem enquanto o Netflix não arquiva.

domingo, 17 de agosto de 2025

A MEIA CALÇA



Não acho que descobrir o nome da pessoa que inventou a meia-calça de nylon vá mudar o preço da gasolina, baixar o dólar, assustar o Putin ou simplesmente mudar o humor de alguém. Mas talvez seja legal saber o porque a gente chama de "gata" uma mulher linda.

Pois a origem vem da gastíssima Julie Newmar, a primeira mulher-gato que, com um rosto lindo e uma carcaça escultural distribuída em 1,80m, que o Criador deve ter largado entre nós, a fim de propagandear "a imagem e semelhança", faria inveja às meninas trabalhadas em procedimentos e filtros de hoje. Julie habitou nossos sonhos juvenis nos anos 60, especificamente enquanto arranhava o Batman. Apesar da plástica privilegiada e algum talento, sua grande participação nas telas foi na telinha, como mulher-gato. 

Julie ainda anda entre nós. Vive em Fort Worth, Texas, já tendo assoprado mais de 90 velinhas. Lida com comorbidades sérias e, apesar do sobrenome de quase craque, dá para ver que não é fácil de ser derrubada.

Ela é a inventora da meia-calça Nudemar,  projetada para dar aos glúteos uma aparência mais arredondada. Julie patenteou no anos 70 e a descreveu como tendo "alívio atrevido no traseiro". 

Essa Julinha...

sexta-feira, 15 de agosto de 2025

AMORES MATERIALISTAS




Dakota Johnsonf foi elevada à condição de sex symbol da modernidade, a partir de sua escalada de submissões em "50 tons de cinza" e sequências. É linda, charmosa, tem sex appeal e talento, provavelmente vindo do sangue, já que é filha e neta de artistas. Isso faz com que qualquer filme com ela seja atrativo.

Em "Amores materialistas", ela é o centro do filme. Abusa da voz monocórdica e sussurrante, o que contrapõe um pouco a ausência de sexualidade da trama. Não é do que se trata. Não há nem uma química mais apurada entre ela e os personagens masculinos, Chris Evans e Pedro Pascal, o primeiro seu amor pobre, de boas e muito más lembranças, e o outro a realização do sonho de ser rica e riscar para sempre a vida passada.
Lucy (Dakota), é uma casamenteira de sucesso que, ao ver frustrado um dos seus processos, deixa fluir sua própria frustração na vida amorosa, que quer negar. É o momento em que o enredo tenta levar o espectador a reflexões mais profundas sobre o relacionamentos e não consegue. A água é rasa e a superficialidade inevitável. Deixa, no entanto, boas mensagens sobre valores sociais e humanos.
É um filme bonito, com uma trilha sonora de muito respeito (destaco Sweet caroline- Neil Diamond), levemente romântico, muito longe de ser uma comédia e morno. A propaganda, fortemente alicerçada no elenco, é bem mais do que a obra entrega.

quinta-feira, 14 de agosto de 2025

TERRA SANTA

 

Por longo que tenha sido o caminho percorrido;
Que incontáveis aventuras que eu tenha vivido;
E nem por trinta e três de envido,
Minhas lembranças se perdem dos faróis.

Não troco o lambuzo dos primeiros lençóis,
Na formação dos pubianos caracóis.
Não esqueço o samba na quadra dos Rouxinóis,
Dos surdos, tamborins e atabaques.

Não troco lembrar as gurias de eslaques,
O charme soberbo da Dora Jacques;
Das luzinhas vermelhas de poucos watts;
Dos mistérios da Pata Moura e outras tantas.

Em Uruguaiana o processo vital se decanta.
Uma energia nova sempre me imanta,
Por isso apelidei de Terra Santa,
Onde o gelo junto nos tempos se derrete.

Lá deixei meu jeito de fazer esquete
Brinquei, namorei, dancei, joguei confete
Aprendi o pouco que sei sobre basquete
E o quanto o esporte produz parceiros.

Dê-lhe boca, basqueteiros!
A gente sonha um ano inteiro
Por esse encontro que passa tão ligeiro,
Do grupo que me orgulho de ser membro.

Aqui reviro baús do que me lembro.
São sempre os mesmos contos que desmembro,
Que de novo serão novas em setembro.
E que começo a contar em maio.

Amigos queridos deste velho lacaio:
Com uma espora sem roseta, outra sem papagaio
Saibam que estou pronto, deste solo quase paraguaio.
Vou, mas por enquanto me aquieto. Canto flor... E saio.

SOB O MESMO CÉU




Não tenho grandes expectativas com filmes desse tema, mas se me proponho a assistir dou a atenção devida. E assisti mais pelo elenco, que é composto pela carinha doce de Rachel McAdams, a oscarizada Emma Stone com sua cabeleira vermelha e os dois fuzis verdes que carrega entre os cílios, e um dos queridinhos atuais da academia Bradley Cooper, e mais alguns pesos pesados da velha guarda.

É um filme levezinho, uma quase comédia quase romântica, que conta a história de um piloto talentoso e aposentado jogado na sarjeta, busca recuperar sua vida no Havaí, onde deixou marcas sentimentais profundas. Um ex-amor, ora casada com um colega, que formam uma linda família, tem mágoas de abandono passado e uma revelação capaz de transformar a vida de qualquer um.

E no meio do turbilhão, surge uma colega de armas, linda e desafiadora, que muda o curso da história. Não estranhe se Ng, a colega de armas, é uma havaiana ruiva e de olhos verdes. Mas talvez isso explique a baixa desenvoltura de Emma no papel. Um pouco caricato.

O pano de fundo do romance mostra algumas movimentações políticas na ilha, possessão americana, a ganância extremada dos donos do capital, e a insatisfação dos nativos sobre um novo projeto, mais criminoso do que parece e do qual o mocinho está na linha de frente. Parte da doçura do filme está com Danielle Rose, a filha da família linda.

Quer terminar uma semana com afagos no coração e sorrindo? Assista, mas sem grandes expectativas. Está no Netflix.


quarta-feira, 13 de agosto de 2025

BORBOLETA NEGRA




O sonho de qualquer escritor é adormecer e acordar com uma obra pronta na cabeça. Borboleta negra diz um pouco disso, trazendo um tema intrigante e um roteiro perfeitamente adequado. Entretanto, é um filme em que se faz necessário, depois do final, voltar e rever os primeiros momentos. Sem isso, vai restar uma dúvida enorme e insolúvel. Ou adote Allan Poe: "Não acredite em nada do que você ouve e em metade do que você vê", preste muita atenção e só sirva o vinho depois de cinco minutos.
De acordo com a segunda teoria freudiana, o ID tem um lado inconsciente, primitivo e atávico, e outro lado mais consciente adquirido pela rudeza da vivência. Nesse filme, lotado de simbolismo (a borboleta negra, segundo mitologia japonesa, tem o viés de interface com a eternidade), tudo acontece como em um sonho. Um sonho onde o ID se revolta contra um ego frustrado, bate tanto (literalmente!) que acorda o personagem central daquele estágio mórbido que muitos de nós, metidos a escriba, temos: o bloqueio criativo. Ele começa o filme admitindo, tanto que escreve, que está preso. E o sonho o liberta.
As cenas iniciais parecem desconexas. Procuram-se pessoas assassinadas que provavelmente jamais serão encontradas; um criminoso desconhecido que pode ser fulano ou beltrano; ou nenhum deles, e situações de violência bizarras e incompreensíveis, bem como acontece nos sonhos no modo pesadelo. Até que, enfim, o escritor desperta com a obra pronta.
Gostei do filme, mas assisti uma vez e meia para entender. Antonio Bandeiras é a grife, mas a aula fica por conta de Jonathan Rhys

sexta-feira, 8 de agosto de 2025

REGRAS DA VIDA




Assisti a esse filme, muito em função do elenco, e porque nesse dia, Charlize estava de aniversário. Não tinha muita mídia e a crítica ficava ente os 170km que separam San Juan e Mendoza. Meio lá, meio cá. E tive uma bela surpresa! Um filme de muitas emoções, boas lições e uma bela fotografia noir em tempos de guerra. Aliás, em determinado momento do filme, há uma fotografia espetacular protagonizada pela aniversariante. Charlize é uma esfinge sul-africana, construída por blocos de diamante.
"Regras da Vida" ou "The cider house rules", de 1999, tem alguma pieguice, muita crueza em situações cruciais da vida, como incesto e aborto, inocência e solidariedade. Tobey Maguire, é Homer, um menino criado em orfanato, como se fosse filho do seu mentor, dr. Wilbur (Michael Caine), que a ele ensina tudo relativo a profissão de médico, com uma especialidade sinistra: aborto. Mas Homer quer conhecer o mundo, e o mundo chega a ele trazido pela mão do anjo caído: Candy (Charlize). E o inocente Homer se vai ao mundo levando na bagagem toda pureza e honestidade que aprendeu. Mas deveria ter levado também consigo a frase do seu homônimo Simpson: "Qual é o propósito de sair? Nós vamos voltar para cá de qualquer jeito".
O filme cumpre muito bem o papel de entreter do início ao fim. Apesar de focar em uma época mais lerda do tempo, tem uma levada dinâmica, reserva também alguma tensão, um pouco de humor, uma aula de Michael Caine e a tradicional atuação morna de Maguire. Dizem que aquela carinha de abostado foi fundamente para sua indicação ao papel de Homem-aranha. Há uma lição quase subjetiva, mas que vale uma grande atenção: quem faz as regras é quem vive no lugar.