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quinta-feira, 14 de agosto de 2025

TERRA SANTA

 

Por longo que tenha sido o caminho percorrido;
Que incontáveis aventuras que eu tenha vivido;
E nem por trinta e três de envido,
Minhas lembranças se perdem dos faróis.

Não troco o lambuzo dos primeiros lençóis,
Na formação dos pubianos caracóis.
Não esqueço o samba na quadra dos Rouxinóis,
Dos surdos, tamborins e atabaques.

Não troco lembrar as gurias de eslaques,
O charme soberbo da Dora Jacques;
Das luzinhas vermelhas de poucos watts;
Dos mistérios da Pata Moura e outras tantas.

Em Uruguaiana o processo vital se decanta.
Uma energia nova sempre me imanta,
Por isso apelidei de Terra Santa,
Onde o gelo junto nos tempos se derrete.

Lá deixei meu jeito de fazer esquete
Brinquei, namorei, dancei, joguei confete
Aprendi o pouco que sei sobre basquete
E o quanto o esporte produz parceiros.

Dê-lhe boca, basqueteiros!
A gente sonha um ano inteiro
Por esse encontro que passa tão ligeiro,
Do grupo que me orgulho de ser membro.

Aqui reviro baús do que me lembro.
São sempre os mesmos contos que desmembro,
Que de novo serão novas em setembro.
E que começo a contar em maio.

Amigos queridos deste velho lacaio:
Com uma espora sem roseta, outra sem papagaio
Saibam que estou pronto, deste solo quase paraguaio.
Vou, mas por enquanto me aquieto. Canto flor... E saio.

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