Recebi um mail de uma pessoa desconhecida. ‘No
mínimo singular e estranha a vida, em um dia destes sem muito trabalho, cansado
do borbulhar de sons do escritório, resolvi escutar o que me parece a voz mais próxima
do divino em um ser humano. Sim, Nana Mouskouri. Me perguntei, será que já veio
ao Brasil? Digito a pergunta no Google ele me responde com uma narração sua,
sobre esta voz celestial... Continuo lendo, gargalho quando leio padaria Modelo,
Libres, Calle Colón. Sim, também moro em Uruguaiana. Bem, é o seguinte Sr Jair
Portela, pela ordem não tão natural da vida, pois é nas situações menos
esperadas que as vezes a vida nos presenteia com o que há de melhor. Sim, Nana
Mouskouri irá se apresentar em Porto Alegre no teatro do SESI no próximo dia 17
de Novembro às 20 h. Ingressos pelo site... Abraços....Gelson
Rodrigues”
As sensações
que experimento quando ocorre algo semelhante são formidáveis. E uso este termo
por sua abrangência bipolar, uma vez que me maravilho e me estarreço. E me
estarreço por ontem. Como conseguimos nós, jovens dos anos sessenta sobreviver
sem a internet? Como desenvolvemos nosso conhecimento; testamos nossas
habilidades? Onde buscamos respostas? A solução desta equação, acho, está na
velocidade das exigências. O mundo de antes era um gigantesco barco a vela, que
se movimentava ao sabor do vento, logo nossas respostas não necessitariam ser
imediatas, o que nos dava tempo para armazenarmos conhecimento, buscados a
conta-gotas. Hoje, entretanto, devemos estar treinados para darmos cavalo-de-pau
em submarino. E os recursos estão bem aqui, disponíveis. Se não usarmos, nem emergimos.
Fiquei muito
feliz com a mensagem e os motivos são vários. Alguém que não conheço, que mora a
quase mil quilômetros de onde eu moro, que tem uma paixão igual a minha, que já
é singular, aleatoriamente busca informações na rede, que corresponde a uma
volta ao mundo, sobre este objeto de paixão. Encontra mais do que ousara querer,
e também um parceiro de mesmo sonho e desalento, uma vez que a esta altura da
vida, ver Nana Moskouri cantando ao vivo, só por milagre. E eis o milagre
descrito em sua mensagem: ela estará entre nós. Bem ali, à nossa frente, incomparável
como sempre e palpável como nunca.
Por fim, este
novo amigo, de paixão igual a minha vive na cidade onde nasci e me criei, berço
dos meus afetos mais inocentes e permanentes: Uruguaiana.
Não há o que
não haja! Pena para a Nana, Gelson, que não saberá de nós.
Um comentário:
Essa a magia da vida, querido amigo Jair! De onde menos se espera é que... não vem nada! Mas, sem esperarmos, coisas nos caem ao pé, e nos surpreendem - ou não! Nada sabia da dita NANA, mas me incluo em tua relação, embora eu marginalmente... Ela estará no prejuízo não nos conhecendo! E sem qualquer razão, claaarooo! Grande abraço e obrigado pelo texto leve e sumarento, como sempre.
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