Monica Bellucci, mesmo estática, transpira sensualidade. Linda, curriculada, poliglota; foi capa de várias revistas e emprestou sua plástica irretocável para grandes grifes de moda e perfume.
É uma mulher de mídia, que morou um tempo no Rio de Janeiro com o ex-marido Vincent Cassel (separaram-se em 2013) e hoje enfeita Portugal. Monica é outra que se queixa que a beleza acabou atrapalhando sua carreira cinematográfica. Mas não. Acho que o seu entrave é justamente uma de suas virtudes: ela posa mais do que interpreta. Nasceu para ser fotografada."𝐈𝐑𝐑𝐄𝐕𝐄𝐑𝐒𝐈𝐕𝐄𝐋", de 2002, com roteiro e direção do argentino Gaspar Noé é um filme em flashback (começa pelo fim), em que ela contracena com o ex Vincent. O ponto de partida é uma cena crua de estupro, sem os cuidados daquela que ficou gravada na nossa memória de "O último tango em Paris", se a palavra "cuidados" cabe em situações assim. Tensa, cruel e revoltante. É uma obra que vai saindo aos poucos da cabeça. Não se consegue apagar tão rápido imagens tão chocantes, o que significa que foi bem realizada e atinge seu objetivo. Mas só recomendo para quem em estômago forte. O filme é tão chocante, que no dia em que foi lançado, cerca de 250 pessoas abandonaram a sala de projeção.
É um filme que há vinte anos provoca reações controversas e recebeu uma nova versão, esta na ordem cronológica natural, e que ainda não vi. O único esteio a nos mostrar que a vida não é tão horrorosa quanto é o submundo habitado por sub-raças noturnas mostrado no filme, é a imagem de Monica. Assisti a esse filme com nojo e só não tive engulhos também por causa dela.
Quanto ao tempo, ele não destrói tudo; não tudo. Não é de todo irreversível.
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