O título é um apelo às forças do universo em busca da paz. Um manifesto bíblico musicado da lavra dos Beatles.
O filme de mesmo nome, e que incrivelmente eu nunca tinha ouvido falar, é de 2007, dirigido por Julie Taymor, cineasta e diretora de musicais e óperas estadunidense e naturalmente que infectada pela invasão britânica dos anos 60. Segue a temática e a estrutura do musical "Hair", ambientado nos anos 60 e com trilha dos quatro cavaleiros do apocalipse pop: os guris de Liverpool. Acrescente uma palhinha de Bono Vox , de Joe Cocker, e um flash de Salma Hayek. Esta, surge como um fetiche pós traumático elevado à quinta potência.
A obra é teatralizada. É mais uma playlist pop do que uma obra cinematográfica, embora tenha dramas pessoais inseridos, um romance açucarado, protagonizado pelos ótimos Evan Rachel Wood, como Lucy Carrigan e Jim Sturgess, no papel de Jude Feeny (o link para 𝐇𝐞𝐲 𝐉𝐮𝐝𝐞, manja?). Também aborda as legítimas aspirações da sociedade transformadora da época, e a revolta da juventude americana contra a guerra do Vietnã.
É um filme que qualquer um pode ver e gostar. Mas, meu caro sessentista, prepare-se: você vai embaçar os óculos, e quando isso acontecer, retire-os e fique apenas ouvindo. Mas não deixe de abrir os olhos no final, para ver a reedição de um show de telhado em Nova Iorque, iluminado com a insuperável "All you need is love". Serenata bagual! Até ela que já tinha ido embora, voltou.
Daqui a alguns dias vou ver de novo. Ou ouvir.