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terça-feira, 27 de maio de 2025

𝗔𝗖𝗥𝗢𝗦𝗦 𝗧𝗛𝗘 𝗨𝗡𝗜𝗩𝗘𝗥𝗦𝗘

 


O título é um apelo às forças do universo em busca da paz. Um manifesto bíblico musicado da lavra dos Beatles.
O filme de mesmo nome, e que incrivelmente eu nunca tinha ouvido falar, é de 2007, dirigido por Julie Taymor, cineasta e diretora de musicais e óperas estadunidense e naturalmente que infectada pela invasão britânica dos anos 60. Segue a temática e a estrutura do musical "Hair", ambientado nos anos 60 e com trilha dos quatro cavaleiros do apocalipse pop: os guris de Liverpool. Acrescente uma palhinha de Bono Vox , de Joe Cocker, e um flash de Salma Hayek. Esta, surge como um fetiche pós traumático elevado à quinta potência.
A obra é teatralizada. É mais uma playlist pop do que uma obra cinematográfica, embora tenha dramas pessoais inseridos, um romance açucarado, protagonizado pelos ótimos Evan Rachel Wood, como Lucy Carrigan e Jim Sturgess, no papel de Jude Feeny (o link para 𝐇𝐞𝐲 𝐉𝐮𝐝𝐞, manja?). Também aborda as legítimas aspirações da sociedade transformadora da época, e a revolta da juventude americana contra a guerra do Vietnã.
É um filme que qualquer um pode ver e gostar. Mas, meu caro sessentista, prepare-se: você vai embaçar os óculos, e quando isso acontecer, retire-os e fique apenas ouvindo. Mas não deixe de abrir os olhos no final, para ver a reedição de um show de telhado em Nova Iorque, iluminado com a insuperável "All you need is love". Serenata bagual! Até ela que já tinha ido embora, voltou.
Daqui a alguns dias vou ver de novo. Ou ouvir.

THER WONDERS - O SONHO NÃO ACABOU



Assista a esse filme desarmado de grandes expectativas. Não é uma obra de pauta, dessas que a gente abre um vinho e fica reflexionando a respeito. É um açucarado de 1996, ambientado em 1964, que só os veteranos ou os cultuadores da história musical pop, e em especial os Beatlemaníacos poderão degustar.
A "invasão britânica" estava em curso nos EUA no início dos anos 60, capitaneada pelos quatro guris de Liverpool. Enquanto isso, na Pensilvânia, outros quatro guris aspiravam apenas ganhar um concurso musical local.
Antes de alcançarem o objetivo e posterior sucesso, o baterista, que era uma figura obscura no grupo foi trocado, ainda que por acidente, por outro que tinha luz própria. Se prestarmos bem a atenção nos demais componentes da banda americana, vamos perceber o guitarra base e vocalista, moreno, alto, de costeletas, e compenetrado, dividindo o vocal com o baixista, clarinho, mais baixo e expansivo, tendo o guitarra solo, esperto, mas introspectivo, são cópias dos guris de Liverpool.
Por fim, a banda The Wonders é fictícia, só existiu no filme. A música That Thing You Do, entretanto, composta por Adam Schlesinger especialmente para o filme, partiu para o mundo real, tendo alçado voo nas paradas americanas dos anos 90. Não é música de ouvir quieto, sentado no sofá. É som de viagem no tempo e o tempo era dançante.
O filme é dirigido por Tom Hanks, que também atua como empresário e catapulta a carreira do grupo, apresenta a estonteante Charlize Theron (estonteante fica bom?), com 21 aninhos, e Liv Tyler, com 19, que acabara de filmar "A beleza roubada", e que resultou na sua indicação ao Oscar, com participação de destaque. Aqui mais uma curiosidade na origem da atriz, do meio musical: a mãe da Liv, Bebe Buell, ex-coelhinha da Playboy era Maria-guitarra. Fez coleção de roqueiros, alguns ao mesmo tempo, mas coube a Steven Tyler, líder do Aerosmith a fecundação. Descobrir sobre a história deles é um grande barato. Liv tem dois pais.
O cinema, a fraude mais bonita do mundo, segundo Godard, contando a história de uma grande e maravilhosa mentira contrariada pela música. Um filmezinho leve que traz também uma adocicada história de amor com final feliz.









sexta-feira, 23 de maio de 2025

AS LINHAS TORTAS DE DEUS


Esse filme é um thriller psicológico, ao nível das boas produções espanholas, onde, apesar dos esforços extremos e de riscos absurdos da mocinha Bárbara Lennie (a delegada de La casa de papel que muda de time) pela solução dos crimes, não dá para negar a paranoia. A gente só não fica sabendo em que estágio. Porém, com inimigo na trincheira conspirando incansavelmente, de fato, é de adoecer. Bárbara cumpre de tal forma competente o papel que eu não confiaria nela pessoalmente. Não antes de ela me apresentar atestado médico.

No desenvolvimento da trama acabamos concluindo, depois de duas ou três raciocinadas em sequência, que o título é perfeito, de uma criatividade espantosa, e que talvez merecesse um roteiro ainda mais bem elaborado, ou até mesmo um final apoteótico, ao invés de uma incógnita. Afinal, não se recomenda usar o nome do Velho em vão.
Há idas e vindas na trama, reviravoltas bruscas, que a gurizada de Hollywood chama de plot twist, em um ambiente de loucura e perversidades, onde a protagonista se insere. Quando enfim conseguimos construir nosso enredo... Pá! mais uma surpresa proporcionada pelo enredo oficial.
É um bom filme, nada de extraordinário, entretanto, não tem essa de começar a ver e desistir. Você se prende do início ao fim. E lá no fim, a gente fica na expectativa para depois do fim.