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quarta-feira, 25 de setembro de 2013

ONDE O SOL SE ESCONDE

(click na imagem para ampliá-la, mas cuidado para não cair)

Foz é uma cidade orgulhosa. Tem uma situação geográfica possível apenas na Europa, um povo bonito, miscigenado, de múltiplas etnias.  Tem a paz que se espera de uma cidade de pequeno porte e alguma turbulência para que nunca nos esqueçamos de onde viemos.  É quente, muito quente. No inverno deixa-se o chuveiro ligado alguns minutos até a água aquecer. No verão o processo é o mesmo para a água esfriar, mas quem diz que esfria? Tem belezas naturais incomparáveis, cabíveis em quase todas as letras do alfabeto e na minha visão, uma inacreditável falta de vocação para aquilo que recebeu de mão beijada: o turismo.

Tem problemas, por certo, como todas. E igualmente administrações públicas atentas basicamente em momentos estratégicos. No mais, consagram-se pelo descaso, como em qualquer lugar da pátria amada. Como curioso e neófito iguaçuense  ando por ai à toa, corcoveando em suas ruas, tropeçando em suas calçadas e, vez por outra me arrisco a visitar os co-irmãos do outro lado da ponte. Na verdade nada pode ser feito daqui pelo lado de lá, mas deixar que a partir da primeira passarela seja invadida e controlada por “gerentes de trânsito” de todas as idades é, no mínimo, insalubre. Aos amigos que se queixam do fluxo absurdo e congestionado de veículos em São Paulo e Porto Alegre, dois ícones do engarrafamento, convido: vamos a Ciudad de Leste, sábado pela manhã!

Mas há um lugar especial em Foz do Iguaçu, no seu perímetro urbano. O local está ali desde que vim pela primeira vez, e já faz algum tempo. Em dias de sol pode-se admirar as profundezas e o lixo que se acumula; em noites sem lua tem servido de motel, ou ejaculódromo para os menos aquinhoados, e que precisam, uns pagar pouco e outros receber o mínimo, e todos saírem satisfeitos. Em dias de chuva forte a convergência de água para a fossa é tanta que não deixa você esquecer em que cidade vive e por que é mundialmente conhecida. E quando a chuva passa... Assistii um alcaide de plantão protagonizar um institucional de saúde pública com vistas a combater o aedes aegypt . Ora, mas se um dos maiores criatórios da cidade está lá para que todos vejam, e há muito tempo, por que não começar por ele? .

A cratera fica no Jardim Alice I, perto do ginásio Costa Cavalcanti, no início da avenida Por do Sol (deve ser lá que o sol se esconde. Caber, cabe), região de grande fluxo, seja pelas práticas multi-esportivas oferecidas pelo ginásio, ou exercícios de alcova, dado o grande número de motéis. Portanto, não é na periferia erma, o que significa que a prefeitura não está nem ai, mesmo.

Um dia algum outro desavisado (por que já houve) irá errar o caminho e despencar ladeira abaixo em busca da vida eterna. Ou quem sabe um ônibus, dos tantos que se amontoam pelos canteiros próximos  e que atrapalham a visão dos condutores (atenção Guarda Municipal) seja convidado por alguma enxurrada a visitar o buraco. Ou dois, ou três, cheios de turistas.  Caber, cabe.

Enfim, aguardam-se as tragédias úteis para a solução do problema, ou que algum urbanista local o transforme numa réplica das Cataratas do Iguaçu, aproveitando o nosso status atual no mundo das maravilhas.   


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