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sábado, 9 de novembro de 2013

FITA PARA PORNÔ...



Lendas “sharpeanas” (1)

A Sharp foi pioneira em muitas coisas. Sistema de vendas, remuneração diferenciada, vanguarda tecnológica. Seus comerciais de TV estavam sempre na frente do tempo em produção e beleza. Sem considerar o ambiente de trabalho dinâmico e apaixonante.

Em 1983 lançou o primeiro vídeo-cassete no Brasil. Não era lá grande coisa em termos de tecnologia, mas enfim, era um produto nacionalizado e pronto para revolucionar o nosso mercado, numa época tão carente de novidades.

Na onda deste aparelho, o consumidor  se entusiasmava com a possibilidade de poder escolher  o que assistir em casa, muito em especial o “macherio”, que salivava com as fitas pornográficas. Assisti-las era tarefa muito espinhosa para homens que queriam manter o status de seriedade, já que as salas de cinema que as exibiam ficavam na nossa “boca do lixo”. Então, ante a possibilidade de assistir um filme tipo Garganta profunda em casa deixava em cãibras cabeça, tronco e membros, um em especial. 

A primeira operação de venda feita na filial Porto Alegre, lembrando que a venda era feita direta ao consumidor final, foi realizada para um militar de alta patente. Nosso vendedor foi ao destacamento com visita pré-agendada. O futuro cliente estava fascinado com a idéia de possuir o aparelho, mas abismado com o preço (foi lançado a U$3.000). Após longa negociação, habilmente então o vendedor deu o golpe de misericórdia: “meu comandante, assine o pedido e eu lhe mando uma fita pornô, de brinde”.  Pedido assinado e entrada  na mão, o colega retornou à filial como o pioneiro na venda de vídeo cassete no estado.

A entrega demorava cerca de 30 dias e nesse meio tempo era uma ligação atrás da outra, do cliente para o nosso colega. O aparelho chegou perto de um final de semana, não lembro o dia. Soube depois que, ato contínuo, o comandante mandou mulher e filhos para a praia, com a justificativa de que teria uma operação de alto envolvimento durante todo o final de semana, e não poderia dar a devida atenção para a família. Contou  que  preparou a imersão logo na sexta. Poltrona a um metro da TV, uísque e salgadinho. Uma vez  instalado o aparelho, sala a media luz e já em ebulição, colocou a fita (o aparelho, em função da novidade era entregue com uma fita VHS demonstrando todo o processo operacional, passo a passo).  

Play!” O apresentador contratado pela Sharp começou a demonstração... Passo a passo... Passo a passo... E a tensão aumentando... O telespectador passou então a pressionar o fw para que começasse logo o fudunço... E pressionava cada vez com mais força e a tensão aumentando... E o apresentador passo a passo, didaticamente. E... Terminou a fita. Foi ao lixo para ver se tinha colocado fora a tal fita  pornô prometida... E nada. Nada além de muita raiva e uma imagem fixa: a jugular do colega.

Segunda-feira, oito horas da manhã, toca o telefone do departamento. Atendo, era o comandante. “Cadê o + &@@%#$ X*§-?".  Passei o telefone ao “+ &@@%#$ X*§-”, que ouviu, ouviu, ouviu... E no final disse candidamente: “Mas meu comandante, eu lhe prometi uma fita para por no vídeo-cassete, não foi? Pois então, deve ter ido a fita para pornô vídeo cassete. ..”

Mas antes que o camburão fosse acionado, nosso querido colega se prontificou a ir imediatamente cumprir o prometido. Até hoje não se sabe como conseguiu, por que na época era artigo raro.        

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