Sashenka, de Simon Montefiore, é um romance de fôlego, inspirado na história soviética. Montefiore tem, como eu, paixão pela história russa, e talvez, também como eu, medo dela. Conta a vida de uma jovem idealista, de origem judia que aos 16 anos, nos dias turbulentos do início do século dezenove, rompe com sua família, rica e de grande influência no czarado, comensais assíduos da Casa Romanov, e se lança na grande utopia revolucionári
a bolchevique. A revolução social mais importante da História da humanidade.
Quando menina, Sashenka viveu a fartura e o glamour imperial dos Romanov, depois conspirou para sua derrocada, ajudando erguer a fantástica dinastia proletária. Mesmo convicta na causa, acabou sendo morta por ela, sob o terror de Stalin, o monstro social que ajudara a criar. Uma história comovente que descreve em minúscia a luta pela fé no ideal socialista. A supressão da identidade pela causa; o obscurantismo do pensamento padrão, o culto a personalidade totalitária e o massacre das contrariedades, por ínfimas que pudessem ser. Um sistema que tinha nas mãos o poder da vida e da morte de irmãos.
Os vários personagens reais
e seus comportamentos Quando menina, Sashenka viveu a fartura e o glamour imperial dos Romanov, depois conspirou para sua derrocada, ajudando erguer a fantástica dinastia proletária. Mesmo convicta na causa, acabou sendo morta por ela, sob o terror de Stalin, o monstro social que ajudara a criar. Uma história comovente que descreve em minúscia a luta pela fé no ideal socialista. A supressão da identidade pela causa; o obscurantismo do pensamento padrão, o culto a personalidade totalitária e o massacre das contrariedades, por ínfimas que pudessem ser. Um sistema que tinha nas mãos o poder da vida e da morte de irmãos.
Os vários personagens reais
são retratados com fidelidade, através do que os
arquivos secretos que Kremlin permitiram que viessem à luz. Mas não há como não supor, que o pior virou cinza nevada, indo morar no substrato junto dos milhares que ousaram desviar-se da linha mestra moral e política estabelecida pela burocracia do Politiburo. Regras duras e casos omissos decididos pela Punição Maior dos inimigos do povo (leia-se oligarquia), sem contemplação, dor ou remorsos.
Sashenka é um personagem fictício, segundo o próprio autor, mas sua história bem pode ter sido a de milhares de pessoas, atores da revolução de 1917, que tornou a União soviética centro do que ficou conhecido na Guerra Fria como Cortina de Ferro. Uma história que também pode ter sido nossa; Que também pode estar sendo a nossa, salvadas atrocidades peculiares, pois não aprendemos nada com o passado político.
Sashenka é um personagem fictício, segundo o próprio autor, mas sua história bem pode ter sido a de milhares de pessoas, atores da revolução de 1917, que tornou a União soviética centro do que ficou conhecido na Guerra Fria como Cortina de Ferro. Uma história que também pode ter sido nossa; Que também pode estar sendo a nossa, salvadas atrocidades peculiares, pois não aprendemos nada com o passado político.
É uma leitura intensa, dramática desenvolvida com maestria, pois prende o leitor em sua trajetória de 90 anos, narrada em mais de 400 páginas.