Um dia alguns trabalhadores rurais
resolveram tolher nosso direito de ir e vir. E aceitamos. Outro dia resolveram
invadir órgãos públicos, contando com a assessoria de cidadãos urbanos, ideologicamente
identificados. E aceitamos. Depois houveram por bem ocupar propriedades
privadas, seguindo seu próprio julgamento de direitos. E então passaram a exercer
todas as formas de vilipêndio ao patrimônio alheio. De que adiantaria não
aceitarmos?
Para que um dia nossas ruas
fossem tomadas pela anarquia era uma questão de tempo. Do estopim legítimo à barbárie
atual foi "num tapa”. E se não desentortaram o pau quando pequeno, agora só
quebrando. Mas quem irá quebrá-lo? Não estes governos covardes que temem as
próximas eleições. Que não usaram ações preventivas por medo que fossem vistas como
politicamente incorretas, e agora se borram por la pierna na hora das ações
corretivas por que, inevitavelmente serão vistas como impopulares. Afinal,
daqui a pouco haverá novas eleições e todos os nichos de voto são importantes.
Há muito o anarquismo nos “mete a
língua”, e nós fazemos de conta que não vemos. É que um dia fomos jovens; como
jovens revolucionários e revolucionário é de esquerda, e esta sempre flertou
com a anarquia. Por algum motivo vil não queremos desmerecer nosso passado. Mas
até quando vamos pagar pelo pecado juvenil de termos sonhado com liberdade?
Passou a hora de acordar.
Há muito estamos perdendo para o
crime organizado. Passamos agora a perder também para o crime desorganizado.
São criminosos que reúnem de ocasião, infiltrados em proposituras legítimas,
mas que se tornam coniventes por se permitirem usar como escudo. Ao darem guarida
aos infiltrados, muito mais do que se tornarem cúmplices, prejudicam a eficácia
das policias e se expõe ao risco. E quando eventualmente feridas, jogam a
sociedade contra o Estado, reclamando do uso excessivo de força, na velha
ladainha anti-repressiva.
Chega! Que caiam as máscaras!
Todas as máscaras, inclusive a nossa que usamos por medo de ouvir alguém nos
chamando de filhotes da ditadura, reacionário ou direitista. Que se exploda o
anarquismo fomentado por uma ex-esquerda, hoje em adiantado estado de
putrefação. Que se desnudem também os black blocks oficiais que acobertam por
deliberação ou medo os vandalismos. Estou convicto de que o sonho da sociedade
é ver a força policial ganhando a batalha das ruas, trancafiando baderneiros,
tratando bandidos como bandidos devem ser tratados. Por fim, é minha convicção
de quem joga coquetel Molotov deve receber algo mais do que simples balas de
borracha.
O desequilíbrio da teoria física
deve estar a favor da sociedade e não de quem quer destruir patrimônios e direitos
conquistados.