Estamos
às vésperas do encerramento da Feira Nacional do Joio e do Trigo, a FENOJO, e
muitos ainda não sabem o que fazer. Quem joga no time do joio? Quem joga no
time do trigo? E não esperem que os últimos dias esclareçam, uma vez que as
assessorias, encarregadas pelos chicletes de ouvido, não conhecem rima com joio.
Mas em loiros e límpidos trigais se esbaldam, como se lidassem com as mais
santas verdades.
Ao
final de uma campanha política, todos nós parecemos mais cansados. Mesmo que a
grande maioria dos nossos esforços seja tão somente nos fincarmos no sofá, a
fim de ouvirmos o matraquear interminável de criadores de países de sonhos; Da
lavanderia de roupas brancas, embebidas de chorume e múltiplos excrementos.
A
FENOJO tem comercial caro, equipes caríssimas e grandes produções. Rola um
volume de dinheiro quase nunca bem contado, embora use horário gratuito para
divulgação. A cada debate, e não falo de debate entre moleques, sempre espero que
não; falo de pessoas que atingiram o mais alto escalão das pretensões públicas;
falo de homens e mulheres que irão nos representar nas Nações Unidas; que
levarão o nome do Brasil a todos os rincões desse mundo de Deus, me estarreço.
O nivelamento rasteiro, a falta de educação e postura, me faz lembrar brigas
que fariam corar o chinaredo ribeirinho. É bate-boca de tasca, às quatro da
manhã, na disputa pelo último borracho.
Fui
acostumado com padrões definidos para malandros. Meu pai os classificava assim:
espertos, espertinhos e espertalhões, e me mandava escolher qual deles eu
pretendia ser. Ele tinha orgulho quando eu me mantinha no primeiro, mas me
punia proporcionalmente quando arriscava os outros estágios.
Por
fim, ando desconfiado que democracia, cuja festa máxima é a FENOJO, é um
artifício destinado a uma pequena casta formada por espertalhões, que viram na
política uma forma fácil de fazer carreira, e que se especializaram em vender
almas sem pecado. E nós, cidadãos comuns, não passamos de desclassificados
malandros sociais, quase só quando fazemos nossa declaração de bens, ou quando
estamos à frente de uma entrevista de emprego.
Em
política, muito especialmente no apagar das luzes da FENOJO quadrienal, desconheço
a participação de espertos. Mas o Brasil é de quem participa; o mundo é deles, e nós damos
graças a Deus por ainda podermos ajudá-los.