Subestimo a matéria que me envolve.
Por mim sou éter, passageiro do tempo,
Apenas isso, ou nem isso, ou pouco mais que isso.
Meu espírito dança as músicas que eu gosto.
Quer saber quem sou? Ouça-as, dance junto.
Para saber o que penso é fácil: leia-me.
Pouca adianta investigar meus olhos. para saber de mim;
Falo pouco com eles, bem mais com as mãos,
E as minhas janelas de alma são como são: abstratas.
Dialogo com a vida através dos cinco... seis sentidos.
E desconfio haver outros por onde ainda não interagi.
Vigilante e coalhado de almas minhas caridosas.
Escavo verdades sem medo de ver nelas crueldade.
Verdades são tochas que iluminam bretes morais.
Quando ardem incomodam, no entanto curam.
Tal qual o sol que cega ao saímos das trevas,
Que, absorvendo a luz, tudo limpa. Abstrai sofismas.
Os caminhos que trilho terminam nos dedos;
Impaciente, raciocino também por eles, porém,
Busco ver além dos quatro mostrados pelo artista.
É certo que serei sepultado por equações resolvidas.
Se soluções por vezes não vi é porque perdi. É o jogo.
Desse coquetel de erros e acertos não há de restar saldos.
Da doação irrestrita, à busca de recíprocas.
Nunca soube sentir pouco; entregar pouco...
Fui o idiota feliz que flertava com o ridículo;
O louco, que viu seu coração arrebentar no muro da desolação,
Aos eventuais cinismos constrangidos de arrependimentos.
Tudo do todo me pareceu pouco ou me bastou.
Assim, vivo sem pena de me consumir num zás por escolhas boas;
E vivo sem pena as minhas penas, por mais que possam doer












