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segunda-feira, 19 de março de 2012

OS DÍGRAFOS

Adicionar legenda  (poema fraterno)

          

Do livro Assim como era no principio

Por humanos, pares,
A um tempo plurais e singulares.
Quanto mais pares, mais ímpares,
Que aglutinados e aglutinando,
Se encerram em nichos justapostos.
Números naturais, quase sempre primos,
Ao longo da vida divididos por unidade,
Ou por si, quando enfim multiplicados.
Dois perfaz um, nesta primalidade grupal,
Força que não prescinde da submissão diacrítica,

O que somos, como entidade social e afetiva?
O que buscamos além de Primus inter pares? 
Dígrafos. 
Quase sempre iguais. Nunca únicos,
De missão única, quase nunca igual.
Apegos vitais na gramática da convivência;
Recíprocos na formação do todo que importa;
Modulados para dizerem sempre mesmas coisas.
E seguirem juntos para os mesmos lugares.
Separam-se por meio, não fim, repudiando hiatos,
Apenas vez por outra, para dar curso à vida, 
E contrariados quando a linha chega ao final.

Meus afetos; meus pares; meus amigos...
Meus dígrafos... Axiomas do infinito.

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