Powered By Blogger

quinta-feira, 15 de março de 2012

VERSOS SATÂNICOS - TRILOGIA


CAPÍTULO I

O CARO PALO DO GALO


Extra! Extra!
Senador metido a galo, 
Nem desconfiou do preço do palo! 
É o que acontece quando se pensa com o falo. 
Mas não é por isso que o Congresso 
Há muito se vai para o ralo. 
Além do galo de quem eu falo, 
Muito cacique entrou no embalo 
E teve o pepino enterrado até o talo.

Eu não me calo, tampouco me abalo, 
E tanto quanto posso falo, exalo, propalo. 
Vez por outra me dá um estalo 
E me dou conta que eu mesmo me encurralo.

Falta vocabulário, falta mídia, falta espaço. 
Acabo ficando no bagaço,
Digo que não merecem o meu cansaço,  
Mas de pronto me refaço, 
Pois considero um erro crasso 
Silenciar e vergar o espinhaço. 
Temos de enfrentar aquele cangaço, 
Coalhado de devassos, 
Que criou metástase no Paço. 
E vivem nos fazendo de palhaço, 
Trilogia neles! Porrada, relho e balaço.

Pouco adianta destratar esses senhores. 
Deputados, Senadores e outros usurpadores 
Que invadem nossos televisores  
E outros receptores. 
Falam como se nos fizessem favores 
E não estão nem aí para os horrores,
Que praticam nos bastidores, 
Totalmente desapetrechados de pudores.

E o povo parece que nem liga. 
Quando muito faz figa, 
Acha melhor do que partir para briga. 
De mais a mais, é mais fácil falar da rapariga, 
Aquela que fez um montão de intriga, 
Planejou bem planejada uma barriga, 
Naquela pegadinha sexual pra lá de antiga. 
Entretanto, hoje já não mais litiga.  
Pudera. Com a conta-corrente que abriga, 
Dá para viver de cantiga, 
Como na fábula, e para inveja deste rábula: 
Mais cigarra e menos formiga.

E vem aí um livro sobre o Congresso. 
Garantido amplo sucesso. 
Alguém duvida que o tal impresso 
Seja o mais vendido até no recesso? 
O que contará miss Veloso? 
Duvido quem não esteja curioso. 
Dirá ela o quanto o Renan é charmoso? 
E que brinca de mimoso depois do gozo? 
Não sei, não, acho duvidoso. 
Aposto num folhetim meio cavernoso.

Mas serão verdades negociadas no prelo. 
Se paga uma omissão aqui, 
Distorce-se uma verdadezinha lá, 
E enfim, bate-se o martelo, 
Com o velho gesto singelo,. 
De depositar onde há castelo. 
O dinheiro deverá sair do paralelo, 
Onde sangra o caixa verde e amarelo.

Moniquinha Veloso hoje veste chinelo. 
Depois de atar o burro na sombra. 
Talento de quem soube usar a pomba
escolher a hora da tromba. 
Ai, ameaça que vai largar uma bomba, 
A velhacada se assombra 
E até o mais resistente tomba.


Preteou o olho da gateada! 
A moça ficou pelada e anda dando risada 
Assistindo de arquibancada 
Os efeitos da sua tacada. 
O Renan, que havia feito a cagada, 
Por não saber usar a espada,  
Desconsiderou a emboscada 
E levou a enrabada.

(Que estrago fez a Mônica, 
No final desta novela tragicômica! 
Mesmo sem bomba atômica 
Ocupou grande espaço na crônica).


O Congresso talvez não seja o mesmo 
Logo após este estrago. 
Muitos recorrerão ao trago, 
outros farão teses como discurso de gago. 
E será terminantemente proibido 
Trocar afago a cem metros do Lago.

Riscar fora da caixa só em ambiente pago; 
Muito sossego no bago,
E tranca forte na bragueta. 
Melissa para amordaçar os gametas, 
Sobretudo, jamais entrar nas gavetas, 
Teúdas e manteúdas, 
Sem jaqueta na chapeleta.



CAPÍTULO II


















A FLOR DO PÂNTANO

Ah, essas mulheres fogosas
Com suas entranhas poderosas! 
A gente mal se lembra das estranhas gostosas 
Que surgem no vídeo como um cometa, 
E num záz, desaparecem, ou vão brincar de Julieta,
Com o primeiro Romeu que vier atrás.


Ou um despercebido de visão turva, 
Mas meticulosamente escolhido. 
Elas sempre esperam a melhor curva, 
Os exemplos proliferam às mancheias. 
Vão, silenciosamente armando as teias, 
E quando o “moscão” bobeia, créu! 
Pensa que está no céu, 
Mas está enrolado nos caracóis, 
Com um e outro pingo nos lençóis, 
No entanto estejam certos: 
Muitos pingos dentro  e um óvulo fertilizado.

O cara até pode ser esperto, atilado, 
Mas na hora do ai-ai-ai pouco se importa, 
Ou sequer imagina, que será de novo pai 
E que a ação foi premeditada, 
Não mede o tamanho da cagada, 
Entorpecido, olha para a china,
Enxerga pouco mais que uma vagina, 
E naquele momento profundo, 
Ejacule-se o mundo, 
Ele, se quiser, que  acabe naquele segundo.

No remanso de uma história destas, 
Borboleteiam o panaca e a oportunista, 
Que faz as coisas sem dar na vista, 
Aproveitando o grande poder da mulher. 
Mas só não vê quem não quer. 
Basta, passado o fato, comparar cada retrato.

Olhem a Mônica Veloso,
Agora olhem o Renan.
Eu ficaria no mínimo sestroso. 
Antes de chegar o tchan-tchan-tchan 
Custava lembrar do que todos temem?
Mulher que circunda o poder não faz pacto de sangue, 
Faz pacto de sêmen.


Pobre do Calheiros! 
Foi brincar de Romeu 
No tempo em que mais se fiscaliza o galinheiro, 
E deu no  que deu. 
Perdeu dinheiro, prestígio, perdeu poder 
E talvez saia das boas, 
Coisa que cultivava a décadas, 
Desde que abandonou as Alagoas. 
Pagou um preço alto por riscar fora da caixa, 
Arriscou a vida pública por uma racha, 
E num momento, quiçá raro, de estado erétil 
Nem quis saber do tal período fértil.


Não vi como pena, vi como jogo de cena 
O fato de ser perdoado pela esposa. 
Aliás, como fez a mulher do Clinton, 
Traída com outra Mônica, a Lewinsky, 
Aquela que fazia chupinsque, 
Enquanto o gringo brincava com o charuto, 
num “meia nove”, no mínimo fajuto.

Peço perdão pelo palavreado bruto, 
Mas a rima é inevitável. 
E pelo sim pelo não, 
A partir de agora é recomendável, 
Todo cuidado com as Mônicas. 
Das discretas às histriônicas.


CAPITULO III






















SE ENTREGA, CORISCO!

A presidente diz que não é um poste, 
Mesmo que alguém não goste, 
Eu arrisco: não sei, não. Depende de tudo.

Que tempos esses, bacudo! 
Parece que tudo vai bem e de repente, 
Quando ganharia mais se fosse mudo, 
Lá vem o outro com discursos de improviso, 
De muita bravata e pouco siso.

Até a ex-maldita CPMF virou queridinha do chefe.
Um dia pedra, outro dia vidraça. 
É bom para aprender que governar 
Não é beber cachaça.

Mas voltemos ao amigo do homem. 
Esse parece que o bicho não come, 
Ao contrário, é ele que come. 
Come e se farta, e depois descarta. 
Ou tenta 
como no caso da sua última transa barulhenta. 
E nós pagamos a farra. 
Na marra!

A tranqüilidade soberba do Renan 
Já me indicava que ele era um arquivo.  
Por isso o senado estava sendo “compreensivo”. 
A maioria daqueles sisudos senhores 
Morreria aos efeitos de um discurso “explicativo”, 
Sobre o porão moral do Congresso. 
Moral  coberta de abscesso, 
Que na verdade está em metástase, 
E como todo mal... Arrasta-se.

O Gabeira, que adora botar lenha na fogueira, 

Lembrando o Antonio das Mortes, 
Grande caçador de cangaceiros da zona norte, 
Hoje em falta, fuzilou o Calheiros, 
Chefe daquela malta, 
Lascou, assumindo o risco: 
Se entrega, Corisco!

Aqui duas questões em uma, 
Pra que a gente apenas resuma: 
O Gabeira é mais macho que a maioria 
(quem diria!); 
Segunda: não tem medo de expor a bunda, 
Ou seja, não prega moral de cueca, 
Embora alguns desaprovem seu estilo boneca, 
Mais enfeitado que o quarto do Ivo,
Nem de seu passado “festiva”, e festivo. 
Também eu enxergo torto esse quadro defectivo, 
E nessa faixa de opção, não dou valor lascivo.

Como se dizia em Uruguaiana: 
Tenho vontade de “largar um osso”. 
Eta raça triste essa que habita o Congresso! 
Não tem um que não mereça cana.
Estamos chafurdando no fosso 
E, por mim, nada mais peço, 
Nada mesmo adianta,.
pois os poderes estão coalhados de sacripantas

Entre situacionistas cúmplices 
E oposicionistas hipócritas 
Quem perde são os idiotas, 
Estes aqui que habitam as planices, 
Que nada tem a ver com aquela zorra. 
(Como nada, porra? 
De tempos em tempos colocamos todos lá, 
Pior: ainda fazemos campanha
Depois ficamos aqui reclamando do Ali Babá. 
Caímos na velha artimanha 
De que votar é preciso, 
Nos curvamos ante um amplo sorriso 
Que nos aborda, na horda de anjos imaculados, 
Santinhos por todos os lados 
No papel e no discurso, 
E muito abraço de urso).

Renan é um ícone castiço 
Que prolifera feito inço. 
E no seio da Pátria amada vem se perpetuando. 
Foi tropa de choque de dois Fernando 
E depois adotado pelo Lula. 
De lá pra cá ele bajula, 
articula, manipula, dissimula, copula, ejacula 
E... nós carregamos o fardo, 
Pagamos o pato e a pensão do filho bastardo.

Renunciando, se salvou 
E talvez nem perca o comando no bastidor. 
Deixa provisoriamente de ser Senador 
Para candidatar-se a... Senador. 
E deverá deixar de lado a revanche, 
Pois a fila continua andando 
A Mônica sai de cena sem .deixar chance, 
Saciada e garantida por ter trocado,  
Um pau de quando em vez por doze paus por mês.



Nenhum comentário: