Antes de qualquer julgamento, é preciso dar-se conta de que "Advogado do diabo" é uma metáfora. Uma reflexão sobre se vale a pena vencer a qualquer custo; ou até onde se pode investir nos fins, a despeito dos meios; ou deixar que a "virtude" preferida do primo Lúcifer, a vaidade, segundo o próprio, seja a nossa bússola.
"Advogado do diabo" é um bom filme, mas atenção às sutilezas do enredo, afinal, "o diabo mora nos detalhes", a gente sabe disso mais por velho que por diabo.. Sem isso, poderá passar por um filmezinho de terror de quinta categoria, ou uma paródia jurídica de sexta. Prestando a devida atenção, todos os efeitos alegóricos passam a fazer sentido. Como a brilhatura especial da fala, quase um monólogo, magnífica no final, quando papai belzebu se declara ao filho, e à sutileza finíssima dos cabelos/penteado da meio irmã, na hora da sedução final e tentativa de preservação da espécie.. Pacino enche as medidas. E o que também enche as medidas, as minhas medidas são Connie Nielsen e Charlize Theron (ambas são de fazer um acordo o primo). Completa o time titular, o jovem Keanu Reeves, que tem a tarefa ingrata de dialogar entre os lençóis com as duas beldades. O pobre! .
Apesar de algumas cenas medianamente aterrorizantes, não é uma trama de terror. Tudo não passa de um lapso de tempo, onde o julgamento maior não está no martelo do juiz, mas na consciência.
A trilha sonora vai de Frank Sinatra a Rolling Stones, mas não é o melhor deles.
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