Assisti a "Consequências" (The aftermath) duas vezes em uma semana. Precisava ter certeza de que tinha gostado. Gostei e recomendo, mas nada de extraordinário.
O filme é novinho, de 2021, com Keira Knightley (a sósia da Natalie Portman), Jason Clarke, Alexander Skarsgård. O trio é bom e garante a atenção no filme desde o primeiro momento. Aliás, o sueco Alexander rouba as fichas.
O cenário é a destruída Hamburgo, na Alemanha, pós segunda guerra. O marido de Keira, Jason, é um oficial britânico escalado para ajudar na reconstrução da cidade. Vai morar em uma casa "requisitada" pelos vencedores, cujo proprietário é um rico arquiteto alemão, viuvado pela guerra, com uma filha revoltada e pronta para assumir sua participação no "88", sigla e representação numérica de duas letras do alfabeto: HH, ou seja, Heil Hitler (que o anjo caído o conserve bem quentinho).
Jason meio que simpatiza com o "anfitrião" e o convida para continuar morando lá, em uma ala da enorme mansão. E aí, bacudo, é quando a Alemanha quase ganha a guerra, e o anfitrião, aos moldes da mitologia grega, acaba sendo o pobre coronel inglês.
Mas não há ações de batalha, a não ser protestos do povo arrasado, por ódio e comida. O enredo gira em torno de traumas familiares, carências e revoltas por perdas, num jogo de culpas e represamento de dor. Ou seja: de guerra, só as consequências.
Há uma cena muito tocante, que é quando a mocinha executa ao piano "Clair de Lune" (Debussy), a quatro mãos com a filha do dono da casa. Comova-se.
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