Ava Gardner é uma entidade. Uma esfinge. O animal Jean Cocteau a classificou como “o animal mais lindo do mundo”. Já Hemingway, que proibiu a criadagem de trocar a água da piscina em que ela nadou pelada, foi mais sutil: "Ava é a essência da feminilidade que mulheres, em geral, não sabem passar para os homens”. Ava não negociava muito, quando gostava, botava o buçal e firmava as rédeas.
No entanto, ela não foi só uma derrubadora de queixos masculinos, onde se enfileirou a fina flor dos galãs de Hollywood, entre os quais "The old blue eyes" Frank Sinatra. Este comeu o pão amassado pelo anjo caído. Foi um casamento que se finou após várias trocas de guampas, três tentativas de suicídio dele e dois abortos. Ainda assim, os biógrafos contam que foram os grandes amores da vida de cada um. Separaram-se no ano em que Frank interpretou alguns dos motivos que levou o casal à cisão, no filme "Chorei por você" (o filme do All the way), enquanto ela vivia o "O sol também se levanta", romance do Hemingway.
Avinha não era flor. Não podia ver um pelego felpudo que já se deitava.
Há vários, mas cito ao menos três filmes dela que valem a pena rever. "Mogambo" , sua única indicação ao Óscar, onde ela divide abraços, beijos e as orelhas de abano do Clark Gable com a princesa Grace Kelly; "As neves do Kilimanjaro" e "A noite do Iguana", onde contracena com Richard Burton. Aliás, neste filme, Burton, que faz o papel dele mesmo, está cercado por Ava, Sue Lyon (a eterna Lolita) e Debora Kerr. Liz Taylor, que conhecia a aldeia e os caboclos, esteve acompanhando de perto as filmagens!
Ava foi uma atriz acima dos seus atributos físico. Teve uma filmografia vasta e exigente, e parcerias de luxo no currículo. E soube usar, como poucos mortais, a carcaça (e que carcaça!) emprestada em comodato pelo Criador.
A música do clip é do filme Love Story, na voz do Andy Willians, mas ficou muito bem neste tributo. Afinal, a vida de Ava foi uma história de amor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário