O filme pode ser muitas coisas, até chato. Vai depender do senso crítico e dos redemoinhos internos de quem assiste. Eu gostei. E gostei porque tem um texto narrado sensível, quase poético, bons diálogos, um roteiro ajustado, embora tenha desconsiderado o personagem masculino, e forçado o clima na química do casal; tem uma visão bem humorado das culturas visitadas, uma fotografia maravilhosa e uma trilha sonora supimpa, com direito a Bossa Nova. Mas sobretudo porque é uma bela aula de filosofia. É um filme de mulher para mulher, como dizia a Marisa.
Elizabeth Gilbert uma escritora jovem, era um sucesso pessoal e profissional. Tinha uma vida invejável, mas o casamento começava a fazer água, confuso e inseguro, sentimentos que colocavam em dúvida a relação. Sem solução, divorcia-se, mas logo a seguir engata outra relação complicada, o que só aumentou seu sentimento de culpa. Então chuta o pau da barraca e parte em busca do que se escondia dentro dela, dando vazão a novos hábitos e assimilando outras culturas e crenças. Vai comer na Italia, rezar na India e... Bueno, a exótica e alcoviteira Bali que cumpra a sua função.
O filme é extrato do livro, que tem origem em um relacionamento de Elizabeth, quando ela está no último terço da viagem, e consegue expurgar os seus demônios. Conhece o brasileiro José Lauro Nunes, nascido no interior do Rio Grande do Sul, por quem se apaixona, e no filme é interpretado por Javier Bardem. Ele, que é mote do enredo, no filme tem pouco espaço e está apático. Já Julia Roberts, que encarna o álter da escritora está soberba, como sempre.
PS Tentei achar uma amiga que, ao se separar, tenha passado a comer como um Assessor Operacional de Edificações, popular servente de obras, e que não estivesse nem aí para a balança. Amanhã continuo.
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