É um filme denso, longo e por vezes sonolento, porém, profundamente marcante. O enredo exige uma curva dramática dividida em histórias distintas, identificadas pela policromia, mas com um fim que se entrelaça. O filme é baseado na minissérie inglesa "Traffik", dos anos 80.
O filme em determinados momentos parece ser didático demais, porém está dentro do seu propósito que é fornecer um painel sobre o narcotráfico, praticamente sem juízo de valor. E aqui aparece o talento do roteirista Stephen Gaghan, que lutou um bom tempo contra a dependência química.
"Traffic" foi fartamente premiado pela crítica. O Oscar de melhor ator dessa edição foi Russell Crowe (Gladiador), mas bem que poderia ter sido Michel Douglas, que faz o papel do juiz. No entanto, acabou levando para casa uma estatueta muito melhor: Catherine Zeta-Jones, com quem é muito fácil contrair a compulsão que ele proclama ter.
O filme ainda deixa uma mensagem não sei se intrigante, visionária ou trágica, ou tudo isso: essa é uma batalha que a sociedade limpa já perdeu.
São duas horas e meia de duração, portanto, preâmbulo com Chardonnay e arremate com Sauvignon.
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