Para entrar nas vidas de Jack Dawson e Rose Bukater, basta que tenhamos assistido a alguma versão de "Romeu e Julieta". Jack (Leonardo Di Caprio) é um Romeu de 1912, sem o respaldo dos seus Montécchio e Rose (Kate Winslet) a sofrida Julieta, acossada pelos seus Capuletto para que se case por conveniência, a fim de garantir o futuro da família.
O mocinho viaja em classe suburbana do magnífico navio, fazendo o que faz de melhor: carpeteia. Quis o destino, entretanto, que o vagal vire herói, ao salvar a mocinha infeliz do suicídio. Óbvio, acabam se apaixonando, mas ao invés de viverem felizes para sempre, a história adaptada, dirigida, co-produzida e co-editada pelo genial James Cameron, dá ao casal o destino shakespeariano: acabam lutando pela própria vida, com amargo fim. Amargo, frio e salgado. "“Nem Deus pode afundar o Titanic”, disse o capitão. Ãrrã!
O filme colocou Kate Winslet à altura de Barbara Stanwyck, a mocinha da outra versão filmada em 1953, quase tão premiada quanto esta. Ambas as versões estão entre os melhores filmes de todos os tempos. A atual é recordista entre indicações e ganhadora de estatuetas. Ganhou 11, das 14, e faturou milhões em bilheteria! O filme mostrou também que Leozinho é um pouco mais do que o gatinho amado pela minha filha. O cara tem sustança.
Rose aparece já idosa em algumas tomadas, mas ao contrário do que muitos pensam, não é a verdadeira Rose. Esta é apenas uma inspiração do autor, ao ler sobre a vida de Beatrice Wood, que esteve no navio e se salvou. É uma história que vale a pena pesquisar. Cameron fez isso e veja no que deu.
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E a trilha sonora... Céline faz um lindo canto de cisne branco. Maravilhosa, e gela as minhas veias cada vez que ouço. Ave, Céline!
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