"Summer of '42" é um filme autobiográfico. Conta uma história de encantamento vivida pelo roteirista Herman Raucher e seu amigo Oscar Seltzer, adolescentes em férias. Jennifer O'Neill é Dorothy, linda, jovem, casada, cujo marido prestava serviço na II Guerra. Morava na praia, solitária, extremamente carente, à espera do companheiro, e passa, involuntariamente, a atormentar a imaginação da gurizada.
O filme é lindo, altamente sedutor, narrado pelo próprio Hermy Raucher. É uma história tão intensa e representativa para o prezado Hermy, que ele dedicou a vida inteira na tarefa de "pegar" todas as garotas possíveis de nome Dorothy, e se comunicava com outras tantas que não conseguia pegar. O mais incrível é que muitos e muitos anos depois, uma dessas moças com quem se comunicava à distância, já senhora e avó, identificou-se como sendo "aquela" Dorothy da praia, e lhe pedia perdão por algum eventual trauma. Ora, Dorothy, trauma é repressão de hormônios.
Jennifer está inesquecível nesse papel. Como Dorothy permanece eterna e sempre me atormenta quando vou a praia. Hoje, infelizmente para a classe adolescente, uma história dessas renderia escândalo e prisão por danos morais. Tsc , tsc, tsc. Essa justiça...
E a trilha sonora... A trilha, assinada por Michel Legrand, o mesmo de "Um homem, uma mulher" e "A piscina", entre outras barbaridades inesquecíveis, é das coisas mais maravilhosas já ouvidas, que quando ouço, tenho o corpo tomada pela maresia e sinto os pés sujos de areia.
Quanto a Jennifer, que é nascida no Brasil, mas foi embora ainda criança, "Summer..." foi seu único papel de relevância. No mais, dedicou-se a casar, e o fez bem mais do que eu (nove vezes, sendo com Richard Alan cometeu reincidência específica: casou duas vezes em períodos de três anos cada. Mas continua linda, linda linda de marré deci, aos 76 anos.
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