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sábado, 12 de outubro de 2024

PERDIDOS NA NOITE


Midnight cowboy, 1969, é um filme para ser assistido atentamente e desarmado de sinopses. Ambienta-se em uma época de grandes mudanças comportamentais, ao som de uma trilha sonora, parte do que melhor se produziu musicalmente, naqueles combos que misturavam rock, soul e country americano.

Talvez seus criadores quisessem ter feito uma aventura bem-humorada, porém, a parceria do ingênuo Joe Buck (Jon Voight) com o rengo safado Enrico Rizzo (Dustin Hoffmann), transformada em um profunda relação fraternal, o tenha tornado também um drama de extrema sensibilidade.
"Perdidos..." Não é só uma história meio drama meio comédia, tipo vida de palhaço, é uma lição. Ainda hoje, mesmo que tenha se passado mais de 50 anos do seu lançamento, uma lição muito válida para que a gente possa aprender a dimensionar os sonhos. Saber que, em regra, eles devem ser escalonados, e que deixem que a cabeça viaje, sem arrancar os pés do chão.
Buck vai tentar a vida como michê em Nova Iorque, baseado na sua enorme capacidade de sedução, segundo ele mesmo, habilidade essa testada nos tempos de galã arrabaldino. Jon Voight, que perdeu a identidade quando Angelina Jolie mostrou os lábios (passou unicamente a ser pai dela) dá uma aula de interpretação; e Dustin Hoffmann, na sua normalidade genial.
Dá tudo errado, o final é deprimente. Melancolias à parte, o filme é maravilhoso. Tanto que arrebanhou três Oscar's e mais algumas indicações.
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Everybody's Talkin é da lavra de Fred Neil, mas ganhou notoriedade com o filme e na voz do ótimo Harry Nilsson.

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