Jon Voight é, ou foi, um grande ator. Mas em determinado momento foi ofuscado pelo bocão-peitão-olhão da filha, e parece ter se contentado em apenas ser rico.
Sempre que penso em falar sobre "O amargo regresso" eu me desencorajo. Dos roteiristas da trama, às atuações de luxo, de Voight e da eterna Jane "Barbarella" Fonda. Jane foi a grande influenciadora, tendo bancado parte do filme, por tratar-se de uma demanda afeita aos seus interesses. "Hanoi" Jane, como foi apelidada pelo americanismo fundamentalista, era uma ativista pela paz, e à época estava casada com Tom Hayden, um político democrata antiguerra e brigador pelos direitos civis.
E também dá para falar só sobre a trilha sonora, mas aí precisaria dois dias de texto. Pela seleção de peso: Beatles, Rolling Stones, Bufallo Springfield, Jeferson Airplane, Bob Dylan, Jimmy Hendryx , Aretha Franklin e outros, a produção deixa clara o seu pensamento sobre a guerra do Vietnam, e o quanto a vida é linda quando se canta "Help" and "Ticket to Ride", "Oh, Lady Jane" and "Yesterday", e, súbito, passa a ouvir a mesma nota Ratá-tá-tá/ tá-tá... Ratá-tá-tá/ tá-tá. Então... Caso você seja veterano da guerra da vida, pode morder os beiços trêmulos por dois motivos: vendo o filme ou apenas ouvindo a majestosa trilha.
Luke (Jon) é um sargento que em 68 volta do Vietnã, paraplégico. No hospital conhece a enfermeira Sally (Jane), por quem se apaixona, é correspondido e passam a viver bons momentos juntos. Porém, Sally é casada com o oficial Bob (Bruce Dern), do exército americano , que permanece no campo de batalha levando um "couro" dos vietcongues.
Quando Bob volta para casa, muito a fim de assumir sua posição civil, vê-se enfiado em outra guerra, tendo Sally na linha de tiro.
É um filme cruel, porque de alguma forma mostra os agrupamentos humanos divididos em quem somos e o que poderíamos ser.
Vale muito a pena ver. Ou apenas ouvir.
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