De 1960, é um marco para os thrillers do seu gênero. Investe na fronteira frágil que divide o suspense e o terror, com muita sutileza. É um clássico com o carimbo de Hitchcock, que o assina participando como sempre em uma tomada, desta vez na figura de uma cowboy enchapelado.
Norman Bates é o personagem de Anthony Perkins. Um maníaco depressivo, aparentemente inofensivo, que gerencia um motel falido da família. Janet Leigh é Marion Crane que, para casar e viver feliz para sempre com seu noivo cretino, dá um desfalque no patrão, foge e é apanhada por uma tempestade no meio do caminho. Duas tempestades, sendo que a segunda e definitiva virou vinheta para qualquer referência que se faça a cenas de suspense: a facada da mãe do Bates, ao som de uma quantidade enorme de grilos que compunham a trilha sonora. Mãe que, na verdade a gente sabe muito bem quem é. Fruto da fixação macabra do filho pela velha, demonstrada em flashes na cena final, e que há muito já estava devidamente empalhada.
O filme agrega no personagem principal traumas, complexos e outras patologias mimosas. É baseado na história real de Ed Gein, o "Assassino de Wisconsin", a saber, um serial killer dos anos 50, que fazia utensílios domésticos com a pele de vítimas. Uma forma não muito convencional de guardar uma lembrancinha dos seus casos.
E Antony Perkins foi o Bates que desde criança fora. Teve uma vida tão atribulada, tão cheia de complexos, negações e fantasmas quantas seu personagem expõe. Uma vida que se finou aos 60 anos, golpeada pela AIDS. Foi tão autêntico; tão real na trama que lhe rendeu o estrelato.
Um clássico.
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