O hotel Flamingo Las Vegas é um dos mais antigos da cidade que lhe empresta o nome. Foi fundado em 1946 por Benjamin Siegel, um mafioso sanguinário e impiedoso da famiglia do "capo" Lucky Luciano, de Nova Iorque.
Benjamin, ou o "Bugsy", apelido que detestava, além das "virtudes" já descritas era um boa pinta narcisista, megalomaníaco e visionário, que foi mandado para o deserto do Nevada, a fim de sair de cena e/ou desenvolver as coisas por lá. Vivia deslumbrado com a florescente e glamorosa Hollywood e suas circunstâncias. No deserto foi um pouco além: no meio do nada, na periferia erma, criou um monumento; uma exaltação à jogatina e a luxúria.
E foi a partir do Flamingo que, segundo consta, Las Vegas tornou-se o que é hoje. No entanto, a construção do hotel criou desconfortos na famiglia Luciano, muito em função dos custos exorbitantes e da "fuga" pelo ladrão (literalmente) dos recursos destinados pela máfia. Ou fuga pela ladra. Bugsy tinha outra paixão, além dele mesmo: Virginia Hill, aspirante a atriz, e uma raposa das mais felpudas, e que cuidava das contas.
"Bugsy", que conta uma parte da história do mafioso é um filme de 1991, fartamente premiado, que vale a pena ver e rever. Warren Beatty é coprodutor, e no papel título tem uma das melhores performances de sua carreira. Contracena com Annette Bening (Virginia Hill), em uma relação tóxica em tela, mas que rendeu prorrogação e pênaltis na vida real. Warren e Annete estão casados desde 1992 e, pelo que se sabe, felizes. O filme vem a ser também uma sinopse da história original de Las Vegas.
Benjamin Siegel foi morto em casa, com cinco tiros, aos 41 anos, em 1947, cujo crime jamais foi desvendado, mesmo porque, nesse caso, o anonimato era um favor à sociedade em seu mais amplo espectro. Sem cerimônias ou pudores, porém, o hotel ainda mantém uma placa na entrada em homenagem aos seu fundador.
Ótima trilha sonora de época. Caso já tenha assistido, assista de novo.


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