Powered By Blogger

sábado, 12 de outubro de 2024

O OUTRO LADO DA MEIA NOITE


Li muito Sidney Sheldon. Tanto quanto li Fernando Sabino e Mario Prata, e menos que Carlos Zéfiro.

No final dos anos 70, quando voltava de uma viagem, comprei o livro "O outro Lado da Meia-Noite". Li num tapa, como se faz com qualquer obra do Sheldon. No final de semana seguinte fui surpreendido pelo filme, que passava no cinema Guarany ou Imperial, não me lembro bem, em Porto Alegre. Assisti ao filme e reli o livro. Nunca é a mesma coisa, porque no livro, a gente vai folheando o roteiro original, dirigindo e contracenando, e só repete as cenas não para corrigi-las, mas para degustá-las. Ninguém faz um roteiro adaptado melhor do que o nosso cérebro. O livro e o filme são ótimos. Uma pequena aula de sedução e manipulação, e do quanto sentimentos como mágoa e vingança doem mais em quem os alimenta.

O centro da narrativa é a vida de duas mulheres de atitudes e histórias de vida totalmente opostos. Noelle Page (Marie‑France Pisier) e Catherine Douglas (Suzan Sarandon), lincadas por uma paixão comum: o piloto americano Larry Douglas (John Beck), galã de aeroporto, que conhece Nicole, se apaixona protocolarmente, promete o de praxe, mete uma bola nas costas dela, e se casa com Catherine.

Nicole já fora doloridamente marcada pela traição do próprio pai, que a havia "vendido" ainda adolescente a um rico empresário, do qual conseguira escapar. O desejo de vingança contra o sexo frágil (que todos sabem qual é), portanto, estava realimentado. E a coisa se vai aos extremos quando Noelle provoca um aborto cruel, parte para uma escalada sem limites em busca dos seus objetivos, usando de seus maravilhosos atributos físicos e capacidade de sedução, e se torna amante de um rico e poderoso armador grego (não tem como não lembrar de Onassis), mais vingativo e cruel do que ela.

O filme é de 1977. Em 1993 fizeram uma sequência, tanto do livro quanto do filme, chamado "Memorias da meia-noite" traduzido em filme como "Lembranças da meia-noite", porém, ambos ruins. Sidney Sheldon deve ter se arrependido de não ter feito um ou dois capítulos a mais no primeiro livro, o que teria resolveria muito bem a questão. Acaba que as tais sequências, em 10 minutos esclareceram o que teria ficado subentendido.

Bueno. "O outro lado da meia-noite" vale muito a pena ler e assistir. É uma obra forte, dramática e marcante, desde o título. Quanto a sequência, lendo a sinopse já está de bom tamanho.

Nenhum comentário: