NΓ£o foram poucas as vezes em que "viajei" no tempo pelas ruas de Porto Alegre, como "poeira ou folha levada". Bem como fazia antes, nos trepidantes anos 70/80. Cidade Baixa, IndependΓͺncia, CristΓ³vΓ£o ou ProtΓ‘sio Alves, com pit stop em fachadas neon, com interior de luzes estroboscΓ³picas ou negras. Ao fim, uma reconfortante sopinha na "Tia Dulce". Γramos fortes. mas nΓ£o de ferro. Γbvio, saudosismo de quem jΓ‘ nΓ£o cozinha em fogo brando.
Pois Gil vai a Paris, de fΓ©rias com a noiva e o sogro, e lΓ‘ pelas tantas resolve dar umas mariposeadas noturnas pela "Cidade Luz".
Γs bordejadas tantas, o badalar da meia-noite nΓ£o transforma seus sapatos em abΓ³bora, muito antes pelo contrΓ‘rio. Vive um sonho que o transporta Γ "Γ©poca de ouro" francesa, coabitando com figuras proeminentes da literatura dos anos 20. AtΓ© Hemingway andava por lΓ‘, talvez a passeio ou sΓ³ para encontrar com Gil. Salvador Dali tirando onda! E como tambΓ©m em Paris "hΓ‘ tanta esquina esquisita, tanta nuanΓ§a de paredes"(Quintana), Gil quase quis se perder no paradoxo temporal.
O filme Γ© uma pΓ©rola, escrita e dirigida por Woody Allen, no gΓͺnero comΓ©dia cientΓfica/deprΓͺ, especialidade do Woody, e romΓ’ntica. AtΓ© a sensualΓssima(²) Carla Bruni, ex primeira-dama francesa, faz uma pontinha. Γ um exercΓcio maravilhoso; uma utopia que, se pudΓ©ssemos... Que atire a primeira garrafa quem nunca sonhou dar uma voltinha em tresontonte. Mas atire com cuidado. Γ para machucar, nΓ£o para quebrar.
Um elenco poderoso, alguns sΓ³ para uma pontinha, e uma trilha sonora de respeito. Vou dar um tempo, mas vou rever.

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