NΓ£o foram poucas as vezes em que "viajei" pelas ruas de Porto Alegre, como "poeira ou folha levada, no vento da madrugada, sendo um pouco do nada... InvisΓvel, delicioso..." (*) Como nos velhos tempos. Especialmente pela Cidade Baixa, CristΓ³vΓ£o ou ProtΓ‘sio Alves, com pit stop no "Γgua na Boca" ou "Le Club". E com uma reconfortante sopinha na "Tia Dulce" no final de tudo. Saudosismo de quem jΓ‘ nΓ£o cozinha na primeira.
Pois Gil vai a Paris, de fΓ©rias com a noiva e o sogro, e lΓ‘ pelas tantas resolve dar umas mariposeadas noturnas pela "Cidade Luz".
Γs bordejadas tantas, o badalar da meia-noite nΓ£o transforma seus sapatos em abΓ³bora, muito antes pelo contrΓ‘rio. Vive um sonho que o transporta Γ "Γ©poca de ouro" francesa, coabitando com figuras proeminentes da literatura dos anos 20. AtΓ© Hemingway andava por lΓ‘, talvez a passeio ou sΓ³ para encontrar com Gil. E como tambΓ©m em Paris "hΓ‘ tanta esquina esquisita, tanta nuanΓ§a de paredes; hΓ‘ tanta moΓ§a bonita nas ruas que nΓ£o andei"(*), Gil quase se perde no paradoxo temporal.
O filme Γ© uma pΓ©rola, escrita e dirigida por Woody Allen, no gΓͺnero comΓ©dia cientΓfica/deprΓͺ, especialidade do Woody e romΓ’ntica. AtΓ© a sensualΓssima(²) Carla Bruni, ex primeira-dama francesa, faz uma pontinha. Γ um exercΓcio maravilhoso; uma utopia que, se pudΓ©ssemos... Que atire a primeira garrafa quem nunca sonhou. Mas atire com cuidado. Γ para machucar, nΓ£o para quebrar.
(*) Mario Quintana.
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