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sΓ‘bado, 12 de outubro de 2024

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 (A apreciação deste filme exige um pouco de viagem nas artes e na literatura, a fim de contextualizar-se)
Não foram poucas as vezes em que "viajei" no tempo pelas ruas de Porto Alegre, como "poeira ou folha levada", como antes. Especialmente pela Cidade Baixa, Cristóvão ou ProtÑsio Alves, com pit stop no "Água na Boca" ou "Le Club". E com uma reconfortante sopinha na "Tia Dulce" no final de tudo. Saudosismo de quem jÑ não cozinha em fogo brando.
JÑ não seria tão normal para um jovem de vida saudÑvel, estabilizado e amando, como Gil Pender (Owen Wilson, sendo Woody Allen), escritor, roteirista e apaixonado por literatura d'antanho, viver com essas coisas na cabeça. O espaço para saudade em um jovem é pequeno.
Pois Gil vai a Paris, de fΓ©rias com a noiva e o sogro, e lΓ‘ pelas tantas resolve dar umas mariposeadas noturnas pela "Cidade Luz".
Às bordejadas tantas, o badalar da meia-noite não transforma seus sapatos em abóbora, muito antes pelo contrÑrio. Vive um sonho que o transporta à "época de ouro" francesa, coabitando com figuras proeminentes da literatura dos anos 20. Até Hemingway andava por lÑ, talvez a passeio ou só para encontrar com Gil. E como também em Paris "hÑ tanta esquina esquisita, tanta nuança de paredes"(*), Gil quase se perde no paradoxo temporal.
O filme Γ© uma pΓ©rola, escrita e dirigida por Woody Allen, no gΓͺnero comΓ©dia cientΓ­fica/deprΓͺ, especialidade do Woody e romΓ’ntica. AtΓ© a sensualΓ­ssima(²) Carla Bruni, ex primeira-dama francesa, faz uma pontinha. Γ‰ um exercΓ­cio maravilhoso; uma utopia que, se pudΓ©ssemos... Que atire a primeira garrafa quem nunca sonhou dar uma voltinha em tresontonte. Mas atire com cuidado. Γ‰ para machucar, nΓ£o para quebrar.
(*) Mario Quintana.

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