Al Pacino havia torcido o nariz para Michelle Pfeiffer, quando a viu ser indicada para o papel da cheirada Elvira Hancock, mulher do Tony Montana, em Scarface. As preferidas eram muitas, todas já consagradas e Michelle era uma neófita. Tinha tido uma pequena relevância em "Grease 2..." um ano antes, enquanto que ele já era "seu" Al Pacino. Mas valeu a força do produtor Martin Bregman e ela surgiu como um cometa nesse filme. Meio anjo, meio demônio... Maravilhosamente fútil.
Depois desse filme, enfeitiçou os irmãos Bridges em "Susie e os Baker Boys ", e a partir daí faltou brilho nas manhãs de abril para estabelecer parâmetros. Não vale dizer qual filme é melhor com ela. Seja uma bruxa, um fantasma, uma ave ou uma lambida da mulher-gato. Nunca houve uma mulher como Gilda... Muito menos como Michelle. É um dos rostos mais expressivos do cinema, talvez porque não baste apenas ter olhos lindos, tem que saber olhar. "Micha" é uma Kryptonita. "Quero vivê-la em cada vão momento e em seu louvor hei de espalhar meu canto... E rir meu riso..." Etc...(perdão, Vinicius).
Ah sim, o filme... "Scarface" é uma releitura de um filme de 1932, inspirado nas peripécias do outro Al, o Capone, cujo roteiro foi feito por alguém que justamente lutava para livrar-se do vício de cocaína, Oliver Stone, e dirigido pelo genial Brian de Palma. Conta a história de um marginal cubano exilado em Miami, que começa fazendo bicos com drogas, e vai subindo as escadas da organização mafiosa. Chega ao topo e leva junto a mulher do ex-chefe, assassinado por ele.. O filme é um divisor de águas na indústria, seja pela violência extrema, seja pelas expressões chulas, seja pela exposição crua das intimidades do narcotráfico e seu tenso reinado no mundo paralelo. E como borracho não pode ter boteco, mostra que a regra vale para quem cheira. É um grande filme.
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