A morte de uma estrela mexe com o universo. Cria o tal buraco negro, circundado por uma energia cósmica chamada de ponto de não retorno, que suga tudo para seu núcleo. Nessa fronteira teórica, sumidouro espacial, mergulhamos todos, súditos inconformados, com a morte de Virna Lisi.
Virna tinha o rosto perfeito. Tudo tão certinho, tão no lugar que até poderia parecer sem graça. Foi, seguramente, um dos rostos mais lindos da época de ouro do cinema. Tão linda que chegou a reclamar por sê-lo, pois a impedia de disputar alguns papéis de relevância.
Participou de 80 filmes e recebeu vários prêmios, porque, enfim, não era só aquele rosto lindo, maravilhoso, insuperável na telona. Ela tinha talento.
Assistir a seus filmes, no entanto, nos impunha, ao menos a mim empunha, um esforço especial nas as tomadas fechadas. Precisava fugir do estado hipnótico ou não entenderia o enredo. Só fui perceber que era uma grande atriz quando a desfiguraram. Em "Rainha Margot", de 1994. Conseguiram desfazer todo trabalho que o Criador levou 6 dias para fazer com extremo capricho.
Nesse filme, Virna deu vida à feiosa Catarina de Médici, rainha consorte da França, mãe de 10 filhos, sendo que três deles reis. Foi tida como a mulher mais poderosa da Europa do século XVI. Precisaram desfigurar a musa para que a gente prestasse a atenção na trama. Então deu para perceber roteiro, direção, fotografia e o resto.
Virna entrou em colapso gravitacional em 2014, indo morar com as outras
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