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sexta-feira, 11 de outubro de 2024

E O VENTO LEVOU ...



"E o vento levou" é uma obra quase artesanal e de fôlego. 60.000 metros de celuloide e 28 horas de gravação, de janeiro a julho de 1939, que levaram à tela o premiado livro de 1.037 páginas de Margaret Mitchel.

Li o livro e vi o filme, este diversas vezes, que arrebanhou oito estatuetas, inclusive o de melhor atriz coadjuvante para Hattie McDaniel, "que não pôde" comparecer a cerimônia porque era negra. Somando tudo, acho que devo ter perto de dois dias assistindo as 03h54min de projeção.
É um épico impressionante, com ricas histórias de amor, frustrações e força, ambientado na guerra civil americana. Por curiosidade não tem nenhuma cena de batalha na obra, onde sobressai de longe a atuação de Vivien Leigh, oscarizada por isso. Das únicas cenas que sugerem batalha está a caminhada trágica da mocinha sobre os corpos estendidos (800 figurantes, mais 800 manequins).
Scarlet é uma dondoca sulista chata, presunçosa, arrogante, dominadora... E guerreira! Uma mulher pronta para viver em qualquer época, dessas que matam baratas com salto agulha. Ou seja: ela, que era bipolar juramentada, interpretando ela mesma. Pelo papel , Vivien venceu mais de 1400 concorrentes, entre muitas “peso pesado” hollywoodianas. No meio delas estava Carole Lombard, preferida do então marido Clark Gable. A mocinha venceu também o nariz torcido dos nacionalistas americanos, já que era inglesa, nascida na índia. Clark, por sua vez, quase não teve concorrência. O preferido era Gary Cooper que recusou o papel por avaliar que o filme seria um fracasso(!). Errou feio. É dos únicos que ainda fatura quando reprisado, oitenta anos depois.
Qualquer resumo que se faça sobre esse filme maravilhoso corre o risco de competir em tamanho com a obra de Margareth. Mesmo uma sinopse, com alto poder de síntese, não caberia em espaços facebuqueanos.
“Frankly, my dear, I don't give a damn” (Francamente, minha querida, eu não dou a mínima), dita por Rhett Butler (Gable) para Scarlet (Vivien), quando caia fora da relação, enquanto a amada seguia em direção ao fundo do poço, é a frase mais popular do filme que produziu tantas outras memoráveis.
O filme é também recheado de curiosidades e brigas de beleza. Vale a pena pesquisar.
E por falar em curiosidade, Olivia de Havilland, a Melanie Hamilton (prima da dondoca) viveu até os 103 aninhos. Morreu em 2020.

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