Isabella Fiorella Elettra Giovanna Rossellini, nome que ficaria bem em uma casa real, conhecida por nós, mais íntimos, como Isabella Rosselli. Em princípio não queria seguir a carreira dos pais, os gigantes Ingrid Bergman e Roberto Rosselli. Foi ser repórter durante um tempo, mas sua beleza a levou à Lancôme, para a qual serviu de rosto durante muitos anos, até cair quase por acaso no meio cinematográfico. Contracenou com a mãe, em 1976, depois casou com Martin Scorcese, meteu umas guampinhas nele com David Linch e a carreira estava pronta. Não por isso, claro, porém, junto com o pedigree, a beleza e algum talento... É o caso, pra cima, todo networking ajuda.
"Veludo Azul", do David Linch (aquele...), a meu juízo, é o melhor trabalho dela. O filme, de 1986, é um drama policial, intimista, surreal, meio freudiano, com a marca forte do seu diretor, que sempre deixa um besouro atrás da orelha do espectador (prestem a atenção nisso: orelha e besouro, eles são importantes no filme). A atenção fica presa do início lúdico, com uma fotografia ensolarada e de cores saturadas, ao final lúdico de mesmas cores. Entretanto, o que se passa no meio disso, entre sombras e luzes negras e vermelhas, são maquinações dignas do anjo caído.
Isabella é Dorothy, uma cantora de cabaré, aliciada por um bandido sádico (Denis Hopper). De gaiato entra o jovem Jeffrey (Kyle MacLachlan) que após um achado estranho no jardim, mergulha em um mundo inesperado, sedutor, criminalizado e doentio.
A trilha sonora é adequada a ambientação. Além da intimistas "Blue Velvet", que empresta o título ao filme, há outras muito bonitas, como "In Dreams", do Roy Orbison e "Love letters", de todos nós, que as escrevemos um dia.
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