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sábado, 12 de outubro de 2024

VELUDO AZUL


Isabella Fiorella Elettra Giovanna Rossellini, nome que ficaria bem em uma casa real, conhecida por nós, mais íntimos, como Isabella Rosselli. Em princípio não queria seguir a carreira dos pais, os gigantes Ingrid Bergman e Roberto Rosselli. Foi ser repórter durante um tempo, mas sua beleza a levou à Lancôme, para a qual serviu de rosto durante muitos anos, até cair quase por acaso no meio cinematográfico. Contracenou com a mãe, em 1976, depois casou com Martin Scorcese, meteu umas guampinhas nele com David Linch e a carreira estava pronta. Não por isso, claro, porém, junto com o pedigree, a beleza e algum talento... É o caso, pra cima, todo networking ajuda.

"Veludo Azul", do David Linch (aquele...), a meu juízo, é o melhor trabalho dela. O filme, de 1986, é um drama policial, intimista, surreal, meio freudiano, com a marca forte do seu diretor, que sempre deixa um besouro atrás da orelha do espectador (prestem a atenção nisso: orelha e besouro, eles são importantes no filme). A atenção fica presa do início lúdico, com uma fotografia ensolarada e de cores saturadas, ao final lúdico de mesmas cores. Entretanto, o que se passa no meio disso, entre sombras e luzes negras e vermelhas, são maquinações dignas do anjo caído.
Isabella é Dorothy, uma cantora de cabaré, aliciada por um bandido sádico (Denis Hopper). De gaiato entra o jovem Jeffrey (Kyle MacLachlan) que após um achado estranho no jardim, mergulha em um mundo inesperado, sedutor, criminalizado e doentio.
A trilha sonora é adequada a ambientação. Além da intimistas "Blue Velvet", que empresta o título ao filme, há outras muito bonitas, como "In Dreams", do Roy Orbison e "Love letters", de todos nós, que as escrevemos um dia.

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